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12 março 2016 0 comentários

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04 março 2016 0 comentários





Atlântida

Atlântida (em grego, Ἀτλαντίς - "filha de Atlas") é uma lendária ilha ou continente cuja primeira menção conhecida remonta a Platão em suas obras "Timeu ou a Natureza" e "Crítias ou a Atlântida".
Nos contos de Platão, Atlântida era uma potência naval localizada "para lá das Colunas de Hércules", que conquistou muitas partes da Europa Ocidental e África 9000 anos antes da era de Solon, ou seja, aproximadamente 9600 a.C.. Após uma tentativa fracassada de invadir Atenas, Atlântida afundou no oceano "em um único dia e noite de infortúnio".

Atlântida

Mapa de Athanasius Kircher mostrando Atlântida no meio do oceano Atlântico. De Mundus Subterraneus de 1669, publicado em Amsterdã. O mapa é orientado com o sul para cima.

Estudiosos disputam se e como a história ou conto de Platão foi inspirada por antigas tradições. Alguns investigadores argumentam que Platão criou a história mediante memórias de eventos antigos como a erupção de Thera ou a guerra de Troia, enquanto outros insistem que ele teve inspiração em acontecimentos contemporâneos, como a destruição de Helique em 373 a.C. ou a fracassada invasão ateniense da Sicília em 415 a.C. – 413 a.C..

A possível existência de Atlântida foi discutida ativamente por toda a antiguidade clássica, mas é normalmente rejeitada e ocasionalmente parodiada por autores atuais. Alan Cameron afirma que "só nos tempos modernos é que as pessoas começaram a levar a sério a história da Atlântida; ninguém o fez na Antiguidade". Embora pouco conhecida durante a Idade Média, a história da Atlântida foi redescoberta pelos humanistas na Idade Moderna. A descrição de Platão inspirou trabalhos utópicos de vários escritores da Renascença, como Francis Bacon em "Nova Atlântida". Atlântida ainda inspira a literatura - da ficção científica a gibis - e o cinema. O seu nome tornou-se uma referência para todas e quaisquer suposições sobre avançadas civilizações pré-históricas perdidas.

Platão

Menções na literatura

A mais antiga menção conhecida sobre a Atlântida foi feita pelo filósofo grego Platão (428-347 a.C.) em dois dos seus diálogos (Timeu e Crítias).[3] Platão conta-nos que Sólon, no curso das suas viagens pelo Egito, questiona um sacerdote que vivia em Saís, no delta do Nilo, e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e o povo atlante. Segundo o sacerdote, o povo da Atlântida viveria numa ilha localizada para além dos pilares de Heracles, onde o Mediterrâneo terminava e o Atlântico começava. Quando os deuses helénicos partilharam a terra, conta o sacerdote, a cidade de Atenas ficou para a deusa Atena e Hefesto, mas a Atlântida tornou-se parte do reino de Posídon, deus dos mares.

Na Atlântida, nas montanhas ao centro da ilha, vivia uma jovem órfã de nome Clito. Conta a lenda que Posídon ter-se-ia apaixonado por ela e, para poder coabitar com o objeto da sua paixão, teria erguido uma barreira constituída por uma série de muralhas de água e fossos aquíferos em volta da morada da sua amada. Desta maneira viveram por muitos anos, e desta relação nasceram cinco pares de gêmeos. Ao mais velho, o deus dos mares chamou Atlas. Após dividir a ilha em dez áreas circulares, o deus dos mares concedeu supremacia a Atlas, dedicando-lhe a montanha de onde Atlas espalhava o seu poder sobre o resto da ilha.

Tradução do século XV, em latim, do conto de Platão, "Timeu"
Atlântida submersa, em ilustração da obra Vinte Mil Léguas Submarinas

Em cada um dos distritos (anéis terrestres ou cinturões), reinavam as monarquias de cada um dos descendentes dos filhos de Clito e Posídon. Reuniam-se uma vez por ano no centro da ilha, onde o palácio central e o templo a Posídon, com os seus muros cobertos de ouro, brilhavam ao sol. A reunião marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas se dispunha à caça de um touro. Uma vez caçado o touro, beberiam do seu sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e cumprimentos eram trocados à luz do luar.

Atlântida seria uma ilha de extrema riqueza vegetal e mineral. Não só era a ilha magnificamente prolífica em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro, etc., como ainda de oricalco, um metal que brilhava como fogo.

Os reis de Atlântida construíram inúmeras pontes, canais e passagens fortificadas entre os seus cinturões de terra, cada um protegido com muros revestidos de bronze no exterior e estanho pelo interior. Entre estes brilhavam edifícios construídos de pedras brancas, pretas e vermelhas.

Tanto a riqueza e a prosperidade do comércio, como a inexpugnável defesa das suas muralhas se tornariam imagens de marca da ilha.

Pouco mais se sabe da Atlântida. Segundo Platão, foi destruída por um desastre natural (possivelmente um terremoto ou Tsunami) cerca de 9000 anos antes da sua era. Segundo Roger Paranhos, no seu livro Akhenaton - A revolução espiritual do antigo Egito o continente da Atlântida foi destruído por um cometa. Talvez essa teoria possa ser corroborada pela hipótese do Cometa Clóvis, segundo a qual uma explosão aérea ou um impacto de um ou mais objetos do espaço sobre a Terra, ocorrido entre 12.900 e 10.900 anos atrás, desencadeou um período glacial conhecido por Dryas Recente e pode ter atingido o continente perdido e o submergido.

Crê-se ainda que os atlantes teriam sido vítimas das suas ambições de conquistar o mundo, acabando por ser dizimados pelos atenienses.

Outra tradição completamente diferente chega-nos por Diodoro da Sicília, segundo o qual os atlantes seriam vizinhos dos líbios e teriam sido atacados e destruídos pelas amazonas.

Segundo outra lenda, o povo que habitava a Atlântida era muito mais evoluído que os outros povos da época e, ao prever a destruição iminente, teria emigrado para a África, sendo os antigos egípcios descendentes dos atlantes.

Na cultura pop do século XX, muitas histórias em banda-desenhada, filmes e desenhos animados retratam a Atlântida como uma cidade submersa, povoada por sereias ou outros tipos de humanos subaquáticos.

Teorias e hipóteses sobre a sua existência

O tema Atlântida tem dado origem a diferentes interpretações, das céticas às mais fantasiosas. Segundo alguns autores mais céticos, tratar-se-ia de uma metáfora referente a uma catástrofe global (identificada, ou não, com o dilúvio), que teria sido assimilada pelas tradições orais de diversos povos e configurada segundo as suas próprias particularidades culturais. Consideram também que a narrativa se insere numa dada mitologia que pretendia explicar as transformações geográficas e geológicas devidas às transgressões marinhas.

Teoria platônica

Quadrilátero de Canais e a cidade em formato circular, descrição de Crítias.

De acordo com Platão, no livro Atlântida, esta cidade estaria além das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar) próxima a uma região conhecida como Quadrilátero de Canais. Este Quadrilátero foi, assim, descrito por Crítias:

"Havia montanhas numerosas, próximas à planície da cidade, ricas em habitantes, rios, lagos, florestas em tão grandes números de essências, tão variadas que davam abundância de materiais próprios para todos os trabalhos possíveis. Ora, na planície, pela ação de muitos reis (…) construiu-se um Quadrilátero de lados quase retilíneos e alongados, onde os lados se afastavam em linha reta,(...) cavando-se o fosso contínuo que rodeava a planície. Quanto a profundidade, a largura e desenvolvimento desse canal é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos humanas.(...) O fosso recebia os cursos d'água que desciam das montanhas, fazia a volta à cidade, e de lá, ia esvaziar-se no mar.(...) Para carregar a madeira das montanhas, para levar de barco outros produtos de estação, cavavam-se, a partir de canais, derivações navegáveis, de direção oblíqua uma em relação às outras e em relação à cidade."

Nota-se, pelo depoimento, que a cidade ficava próxima a uma estrutura de canais cujo próprio Crítias considerava: "é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos humanas". Além disso, pelas outras informações e descrições, a cidade teria um formato circular e estaria a frente dessa gigantesca geometria quadrangular.

Em 2011 foi lançado pelo pesquisador espanhol Francisco J. R. Peláez, professor da UFABC, o livro "W" em que ele expõe 7 anos de pesquisas a respeito da localização de Atlântida com base na Teoria Platônica. Neste livro, e no site do mesmo, o pesquisador Peláez e seus colaboradores expõe evidências científicas de que Atlântida estaria submersa na bacia do Caribe. Em maio de 2011, o pesquisador deu uma entrevista no Programa do Jô onde apresenta para o grande público as motivações de seus 7 anos de pesquisa.

Teoria de Tântalis

Alguns pesquisadores acreditam que a Atlântida, nome derivado do titã Atlas, é uma releitura grega da antiga cidade, também perdida, de Tântalis, nome derivado do rei de Sípilo, Tântalo. A lenda de Tântalo seria essencialmente a mesma de Tântlis, sendo Tântalo uma releitura lídia de Atlas. A Atlântida então, segundo essa versão, nada mais seria que a versão grega da antiga capital da Lídia, Tântalis, conhecida também como Sípilo (Sipylus), que se localizava nas terras de Arzawa, situada na costa ocidental da Anatólia. Segundo escritos antigos e autores clássicos, a cidade antiga de Tântalis sucumbiu, devido a um grande terremoto que despedaçou o monte Sipylus, afundando, após isso, nas águas que brotaram de Yarikaya, uma ravina profunda, transformando-se no lago Saloe. Durante o século XX, o lago Saloe, último vestígio de Tântalis, foi esvaziado sem cerimônia para abrir mais espaço para a agricultura.

Teoria da Antártida

Na década de 1960, o professor Charles Hapgood, tentando entender como ocorreram as eras glaciais, propôs a teoria de que o gelo que se acumula nas calotas polares provocaria um peso suficiente para que o polo terrestre se deslocasse sobre a superfície da Terra, carregando outro continente para o polo e causando uma era glacial nesse lugar. Segundo essa teoria, uma parte dos Estados Unidos já teria se tornado o polo norte e a Antártida já teria se localizado mais acima no oceano Atlântico, entre a Argentina e a África. Se valendo dessa teoria, o polêmico jornalista britânico Graham Hancock propôs que o continente perdido de Atlântida seria, nada mais, do que a Antártida antes do último período glacial, quando estaria mais alta no Oceano Atlântico, e as cidades Atlântidas, por sua vez, estariam em baixo de grossa camada de gelo, tornando impossível sua investigação arqueológica. Essa teoria seria ainda confirmada por um mapa, o mapa dos antigos reis dos mares, feito por Piri Reis no século XVI, baseado em mapas antigos,[10] que mostra um estranho formato para a América do Sul, que seria não a América do Sul, mas sim a Antártida na sua localização não polar.

Essa teoria é aceita por alguns, porém não pelos estudiosos atuais que afirmam que o peso dos polos não seria suficientemente grande para fazer mover os continentes na superfície da Terra, e, ainda, descobriram que o mapa de Piri Reis é realmente o mapa da América do Sul, porém, tendo como referência a cidade do Cairo, o que deu um formato diferente ao continente. Ainda, fotos de satélite tiradas a partir da cidade do Cairo, comprovaram que o formato da América do Sul, vista do Cairo, é como o mostrado no mapa. Outro problema encontrado com esse mapa é que sem o gelo a Antártida teria um formato diferente do que o mostrado, já que o nível da água subiria e deixaria aquele continente com várias ilhas.

Hipóteses sobre a localização geográfica

Locais já cogitados para a localização de Atlântida no mar Mediterrâneo
Mapa do suposto império Atlante. Do livro de Ignatius L. Donnelly's Atlantis: the Antediluvian World, 1882[11]
Imagem de satélite das ilhas de Santorini, um dos muitos locais cogitados como a antiga localização de Atlântida

Há diversas correntes de teóricos sobre onde se situaria Atlântida, e sobre quem teriam sido os seus habitantes. A lenda que postula Atlântida, Lemúria e Mu como continentes perdidos, ocupados por diferentes raças humanas, ainda encontra bastante aceitação popular, sobretudo no meio esotérico (não confundir com os antigos continentes que, de acordo com a teoria da tectónica de placas existiram durante a história da Terra, como a Pangeia e o Sahul).

Alguns teóricos sugerem que Atlântida seria uma ilha sobre a Dorsal Oceânica que - no caso de não ser hoje parte dos Açores, Madeira, Canárias ou Cabo Verde - teria sido destruída por movimentos bruscos da crosta terrestre naquele local. Essa teoria baseia-se em supostas coincidências, como a construção de templos em forma de pirâmide na América, semelhantes às pirâmides do Egito, facto que poderia ser explicado com a existência de um povo no meio do oceano que separa estas civilizações, suficientemente avançado tecnologicamente para navegar até à África e à América para disseminar os seus conhecimentos. Esta posição geográfica explicaria a ausência concreta de vestígios arqueológicos sobre este povo. No Google Earth podemos encontrar em 31º30'39.44"N 24º29'13.84"O um esqueleto da qual poderia ser Atlântida a 700 km a sudoeste da Ilha da Madeira.

Alguns estudiosos dos escritos de Platão acreditam que o continente de Atlântida seria na realidade a própria América, e seu povo culturalmente avançado e coberto de riquezas seria o povo Chavín, da Cordilheira dos Andes, ou os olmecas da América Central, cujo uso de ouro e pedras preciosas é confirmado pelos registros arqueológicos. Terramotos comuns nestas regiões poderiam ter dado fim a estas culturas, ou pelo menos abalado de forma violenta por um período de tempo. Através de diversos estudos, alguns investigadores chegaram à conclusão que Tiwanaku, localizada no planalto boliviano, seria a antiga Atlântida. Essa civilização teria existido de 17.000 a.C. a 12.000 a.C., numa época em que a região era navegável. Foram encontrados portos de embarcações em Tiwanaku, faltando escavar 97,5% do local.

Para alguns arqueólogos e historiadores, Atlântida poderia ser uma mitificação da cultura minoica, que floresceu na ilha de Creta até ao final do século XVI. Os ancestrais dos gregos, os micênicos, tiveram contacto com essa civilização culturalmente e tecnologicamente muito avançada no início do seu desenvolvimento na península Balcânica. Com os minoicos, os micénicos aprenderam arquitetura, navegação e o cultivo de oliveiras, elementos vitais da cultura helénica posterior. No entanto, dois fortes terremotos e maremotos no mar Egeu sopraram as cidades e os portos minóicos, e a civilização de Creta rapidamente desapareceu. É possível que as histórias sobre este povo tenham ganho proporções míticas ao longo dos séculos, culminando com o conto de Platão.

Uma formulação moderna da história da Atlântida e dos atlantes foi feita por Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da Teosofia. No seu principal livro, A Doutrina Secreta, ela descreve em detalhe a raça atlante, o seu continente e as suas cultura, ciência e religião. Existem alguns cientistas que remetem a localização da Atlântida a um local sob a superfície da Antártida.

A localização mais recente foi sugerida pela imagem obtida com o Google Earth por um engenheiro aeronáutico e publicada no tabloide The Sun, mostrando contornos que poderão indicar a construção de edifícios numa vasta extensão com dimensões comparáveis ao País de Gales e situado no oceano Atlântico, numa área conhecida como o abismo plano da Ilha da Madeira. Rainer Kühne diz Atlantida foi Tartessos. Richard Freund, um arqueólogo da Universidade de Hartford, em Connecticut, diz que um tsunami inundou a antiga cidade.

Apesar das suposições do engenheiro, a região assemelha-se muito às considerações de Crítias sobre o Quadrilátero, pela sua grandeza e suas ramificações. Há também, à frente dessa gigantesca estrutura, uma pequena geometria circular, dividida em quatro secções pelas ramificações que se cruzam, conforme as menções sobre os canais que envolviam a cidade, referidos no livro de Platão.

Fonte: Wikipedia

Vídeo documentário

O QUÊ ACONTECEU COM ATLÂNTIDA?
Fonte:BRAIN TIME

Tiros em Columbine

03 março 2016 0 comentários




Massacre de Columbine

O Massacre de Columbine aconteceu em 20 de abril de 1999 no Condado de Jefferson, Colorado, Estados Unidos, no Instituto Columbine, onde os estudantes Eric Harris (apelido ReB), de 18 anos, e Dylan Klebold (apelido VoDkA), de 17 anos, atiraram em vários colegas e professores.

Eric Harris e Dylan Klebold eram aparentemente adolescentes típicos de um subúrbio americano de classe média alta. Moravam em casas confortáveis. O pai de Klebold é geofísico, e a mãe, especialista em crianças deficientes.

Faltavam apenas 17 dias para o fim do ano letivo. Com 1.965 alunos, Columbine é tão boa que muitas famílias se mudaram para Littleton, perto de Denver, com o objetivo de matricular os filhos na escola. 82% de seus alunos são aceitos em universidades (nos Estados Unidos não há vestibular, o que conta é o desempenho do aluno no segundo grau). Columbine também se orgulhava de não registrar casos de violência. O policial de plantão se limitava a multar alunos que estacionavam os carros nas vagas destinadas a professores. Não há, como nas escolas de Nova York, Los Angeles e Chicago, detectores de metais na entrada. Nas festas de formatura, os alunos costumavam aceitar o pedido dos pais para vetar bebidas alcoólicas. Columbine era famosa por ser conservadora e privilegiar os jogadores dos times de futebol americano, basebol e basquete. Foi esse o estopim da tragédia.

Massacre de Columbine

Instituto Columbine (foto de satêlite)
Local: Columbine, Colorado, Estados Unidos
Data: 20 de Abril de 1999 11:16 am – 12:08 pm (horário local) (UTC -6)
Tipo de ataque: Massacre escolar, assassinato em massa, massacre, ataque suicida, ataque com bombas improvisadas.
Arma(s): TEC-DC9, Hi-Point, Savage 67H, Stevens 311D
Mortes: 15 (incluindo os 2 assassinos)
Feridos: 25
Responsável(is): Eric Harris e Dylan Klebold

Possíveis motivações

Harris e Klebold, ótimos alunos de boas famílias, não eram populares na escola. Preferiam os computadores aos esportes. Encontraram a sua turma num grupo chamado a Máfia da Capa Preta. Ridicularizados pelos atletas, remoíam planos de vingança e extravasavam seu ódio na Internet. Harris, principal cabeça por trás do ataque, tinha um website, agora desativado, no qual colecionava suásticas e sinistros vídeos neonazistas e até dava receitas para a fabricação de bombas. Em seu autorretrato, escreveu: "Mato aqueles de quem não gosto, jogo fora o que não quero e destruo o que odeio". Já Klebold dizia que seu número pessoal era "420".

Os diários dos jovens foram encontrados, mas ainda não se chegou a uma conclusão sobre o motivo do ataque. «Não eram rapazes comuns que foram importunados até retaliarem», escreveu o psicólogo Peter Langman no seu livro, "Why Kids Kill: Inside the Minds of School Shooters" ("Por que Crianças Matam: Dentro das Mentes dos Atiradores Escolares") «Não eram rapazes comuns que jogavam jogos de videogame demais», «Não eram rapazes comuns que queriam apenas ser famosos», «Eles simplesmente não eram rapazes comuns», «Eram rapazes com problemas psicológicos sérios».

No seu diário Harris mostrava toda a sua revolta e seu "desejo de ser Deus", enquanto Klebold mostrava grande depressão:

Harris escreveu certa vez: "Eu me sinto como Deus, e gostaria que fosse assim, para que todos estivessem OFICIALMENTE abaixo de mim" Enquanto Klebold escreveu "Eu sou um deus, um deus da tristeza"

É dito que no dia do ataque, Harris usava uma camisola escrita Natural Selection (Seleção Natural) e Klebold uma escrita «Wrath» (Ira/Raiva).

A socióloga de Princeton, Katherine Newman, coautora do livro de 2004, "Rampage: The Social Roots of School Shootings" ("Violência: As Raízes Sociais dos Tiroteios em Escolas"), disse que jovens como Harris e Klebold não eram solitários, eles apenas não eram aceitos pelos garotos que importavam: «Obter atenção ao se tornar notório é melhor do que ser um fracassado».

Langman, cujo livro traça o perfil de 10 atiradores, incluindo Harris e Klebold, descobriu que nove sofriam de depressão e pensamentos suicidas, uma combinação "potencialmente perigosa", disse ele. «É difícil impedir um assassinato quando os assassinos não se importam em viver ou morrer. É como tentar deter um homem-bomba».

Planejamento

Eric Harris
Dylan Klebold

Eric Harris e Dylan Klebold conseguiram o seu arsenal comprando pela internet - duas caçadeiras, uma pistola semi-automática e uma rifle de assalto de 9mm, acharam também na Internet a receita para fabricar as bombas. Um vizinho viu os dois, na segunda-feira, véspera do fuzilamento, partindo garrafas com um taco de basebol. Os cacos seriam usados como estilhaços nas bombas, e o vizinho não desconfiou de nada. Harris escreveu num diário os planos do ataque à escola. Um diagrama mostra como as armas seriam escondidas sob as longas capas de couro preto. Num exemplar do livro de formatura do colégio, Harris escreveu sobre as fotos, quem ia morrer e quem seria poupado: "Morto", "Morrendo" e "Salvo".

Até o final da semana pairava no ar a suspeita de que os atiradores tinham contado com a ajuda de cúmplices no ataque. Duvidando de que pudessem carregar sozinhos mais de 30 bombas para dentro do colégio, a polícia investigava outros membros da Máfia da Capa Preta. Entre a invasão da escola, às 11:30 da manhã, e a descoberta dos corpos pela polícia, às 4 da tarde, os cúmplices podem ter deixado o prédio misturados à multidão que conseguiu escapar. A equipe da SWAT ordenava que todos levassem as mãos à cabeça, mas não tinha como separar supostos atacantes de vítimas.

Centenas de alunos e um professor trancados nas salas, ouviam os tiros e explosões sem saber o que estava acontecendo. Muitos ligaram para casa pelos celulares, sussurrando, para pedir por socorro. Harris e Klebold acompanhavam tudo pela TV da biblioteca, vendo a transmissão ao vivo do cerco à escola. No final, depois de meia hora de silêncio, a SWAT invadiu a biblioteca e encontrou os corpos dos dois cercados de outros, alguns irreconhecíveis. O sangue era tanto que a polícia divulgou a estimativa de 25 mortos. Só no dia seguinte, desativadas todas as bombas, pôde-se retirar e contar os corpos.

Mortos e feridos

Mortos
1. Rachel Scott,[1] 17 anos, morta com tiros na cabeça, tronco e pernas bacoradas da mariana em um gramado próxima a entrada oeste da escola.
2. Daniel Rohrbough,[2] 15 anos, morto com um tiro no tórax na escadaria oeste.
3. Kyle Velasquez,[3] 16 anos, morto por tiros na cabeça e nas costas.
4. Steven Curnow,[4] 14 anos, morto após receber um tiro no pescoço.
5. Cassie Bernall,[5] 17 anos, morta por um tiro na cabeça.
6. Isaiah Shoels,[6] 18 anos, morto com um tiro no peito.
7. Matthew Kechter,[7] 16 anos, com tiros no peito.
8. Lauren Townsend,[8] 18 anos, morta por diversos tiros na cabeça, tórax e parte inferior do corpo.
9. John Tomlin,[9] 16 anos, morto por diversos tiros no pescoço e cabeça.
10. Kelly Fleming,[10] 16 anos, morta um tiro nas costas.
11. Daniel Mauser,[11] 15 anos, morto por um tiro no rosto.
12.Corey DePooter,[12] 17 anos, morto com tiros no pescoço e tórax.
13. Dave Sanders,[13] 47 anos, morreu de hemorragia após receber um tiro no pescoço dentro do corredor sul.
Feridos
1. Richard Castaldo, 17 anos, baleado no braço, peito, costas e abdome no gramado perto da entrada oeste.
2. Damon Salvatore, 15 anos, baleado nas costas, pé e abdômen na escadaria oeste shot.
3. Lance Kirklin, 16 anos, baleado na perna, pescoço e maxilar. Também na escadaria oeste.
4. Michael Johnson, 15 anos, escapou para o gramado, onde recebeu tiros no rosto, braços e pernas.
5. Mark Taylor, 16 anos, baleado no peito, braços e pernas no gramado.
6. Anne-Marie Hochhalter, 17 anos, baleada no peito, braços, abdômen, costas e perna esquerda próximo a entrada da cantina.
7. Brian Anderson, 16 anos, atingido por um pedaço de vidro na entrada oeste após uma explosão.
8. Patti Nielson, 35 anos, atingida por estilhaços perto da entrada oeste.
9. Stephanie Munson, 16 anos, recebeu um tiro no tornozelo dentro do corredor ao norte.
10. Evan Todd, 15 anos, sofreu ferimentos após a mesa em que estava escondido embaixo quebrou no meio.
11. Patrick Ireland, 17 anos, receber tiros no braço, perna, cabeça e pé.
12. Daniel Steepleton, 17 anos, baleado na coxa.
13. Makai Hall, 18 anos, baleado no joelho.
14. Kacey Ruegsegger, 17 anos, recebeu tiros na mão, braço e ombro.
15. Lisa Kreutz, 18 anos, recebeu tiros nos ombros, mão, braço e coxa.
16. Valeen Schnurr, 18 anos, recebeu tiros no tórax, braços e abdômen.
17. Mark Kintgen, 17 anos, recebeu tiros na cabeça e ombro.
18. Nicole Nowlen, 16 anos, baleada no abdômen.
19. Jeanna Park, 18 anos, baleada no joelho, ombro e pé.
20. Jennifer Doyle, 17 anos, recebeu tiros na mão, perna e ombro.
21. Austin Eubanks, 17 anos, recebeu um tiro na cabeça e no joelho.

Passado

Os dois tinham antecedentes criminais. Em janeiro do ano anterior, foram presos depois de arrombar um carro e roubar equipamento eletrônico avaliado em US$ 400. Condenados, tiveram de prestar 45 horas de serviço comunitário e fazer um tratamento psicológico destinado a pessoas que cometem infrações menores. No mês anterior ao crime completaram com sucesso o programa de recuperação.

No ano letivo de 1997-98, houve 42 homicídios em escolas americanas. O pior, até então, havia acontecido em março de 1998, quando dois meninos de 11 e 13 anos mataram quatro colegas e uma professora numa escola do Arkansas. Nos anos 1980, as escolas das grandes cidades, Nova York, Los Angeles e Chicago, eram campo de batalha de gangues. Nos anos 1990, a violência migrou para subúrbios ricos e pequenas cidades rurais, e os matadores passaram a ser meninos solitários e desequilibrados. "Eu não tinha outra saída", explicou o adolescente de 16 anos que em outubro de 1997, no Mississippi, matou a mãe em casa e depois, na escola, fuzilou dois colegas e feriu sete.

Cronologia

Memorial Columbine em homenagem as vitímas do massacre.

A cronologia do ataque à Columbine High School foi montada a partir de informações captadas pelas câmeras internas da escola, chamadas de emergência e as reportagens locais:

11:10 Harris e Klebold chegam à escola, e deixam seus carros no estacionamento do refeitório.

11:14 Deixam mochilas com cerca de nove quilos de explosivos no refeitório.

11:23 Eles esperam do lado de fora da saída oeste. Então sacam espingardas de caça e armas semi-automáticas e começam a atirar nos alunos. As pessoas começam a correr e um estudante faz a primeira ligação para os serviços de emergência.

11:24 Os alunos do refeitório percebem o que está acontecendo. Os funcionários tentam removê-los para locais mais seguros. Um carro de polícia chega e atira nos suspeitos.

11:27 A dupla entra na escola, atirando a esmo.

11:28 Eles entram na biblioteca, matando 10 e ferindo 12 pessoas em pouco mais de sete minutos. Eles atiram na polícia pela janela em direção ao estacionamento, onde as viaturas se reúnem.

Durante os próximos 40 minutos, Harris e Klebold percorreram a escola, atirando e deixando explosivos pelo caminho.

12:06 Minutos antes da equipe da SWAT entrar no prédio, os suspeitos se mataram dentro da biblioteca.

Como as autoridades não sabiam que os suspeitos estava mortos e como ainda havia explosivos instalados ao redor do prédio, levou-se mais de três horas para que os serviços de emergência chegassem a todos os sobreviventes e encontrassem Harris e Klebold.

Televisão

O filme Diário de Um Adolescente (1995), com Leonardo DiCaprio, também foi lembrado a propósito do ataque na Columbine. Na película, DiCaprio interpreta um jovem drogado de Nova York que jogava basquete num colégio, nos anos 1960, e que num de seus delírios imaginava-se na sala de aula de sua escola vestido com capa preta e matando tudo e todos a seu redor. Suspeita-se de que os assassinos tenham se inspirado no filme quando decidiram usar só trajes pretos.

O massacre foi tema do documentário Tiros em Columbine (2002), do cineasta Michael Moore, tendo ganhado o Oscar 2003 de melhor documentário.

Também serviu de inspiração para o filme Elefante (2003), do cineasta Gus Van Sant. O diretor nos mostra possíveis motivações que os estudantes Eric Harris e Dylan Klebold teriam tido para cometer uma atrocidade como a ocorrida em abril de 1999 no Instituto Columbine, colocando-os na pele dos personagens Alex e Eric.

Outro filme que teve o Massacre da Columbine como enredo foi Dawn Anna (2005), que é o comovente testemunho do poder do amor e da família perante as dificuldades da vida. Dawn Anna é mãe solteira, luta por encontrar um trabalho como professora para poder sustentar os seus 4 filhos. Quando finalmente consegue esse trabalho como professora e treinadora e inicia uma relação com um homem, subitamente abate-se sobre ela uma debilitante doença. Após uma complicada cirurgia, vê-se forçada a aprender a falar e a andar de novo. Por fim, a desgraça volta a bater-lhe à porta, mas desta vez trata-se de uma tragédia nacional que choca o mundo inteiro (o Massacre da Columbine, que tira a vida de sua filha mais nova). Dawn terá de concentrar toda a sua força interior e o amor da família que criou para conseguir ultrapassar esta inacreditável tragédia e heroicamente continuar com a sua vida.

Na televisão, temos o episódio,Rampage da série americana Cold Case, que retrata dois jovens insatisfeitos assim como Eric e Dylan, iniciaram um tiroteio num shopping matando 15 pessoas.

Em 2011 foi lançado o filme Tarde Demais (Beautiful Boy – Estados Unidos), inspirado na tragédia, o filme tenta mostrar uma perspectiva diferente, o ponto de vista dos pais com a atitude do seu filho assassino.

Também em 2011, a primeira temporada da série American Horror Story conta a história de Tate Langdon (Evan Peters), um adolescente grunge (em vários momentos pode-se notar as referências nele à Kurt Cobain), solitário e psicótico que em 1994 vai para sua escola usando uma capa preta e mata 15 alunos com uma espingarda, o que fica conhecido como "o massacre de Westfield".

O filme de 2011 Precisamos Falar Sobre Kevin mostra Ezra Miller mo papel de um jovem problemático que com arco e flecha mata pessoas no colégio que frequentava. Tilda Swinton faz o papel da mãe de Kevin, que tem que lidar com as consequencias das ações do filho na pequena cidade onde moram.

Música

O massacre serviu de inspiração para a música Cassie, escrita por Lacey Mosley da banda Flyleaf e para The Nobodies, escrita por Marilyn Manson, onde ele faz referências à cobertura da mídia na sequência dos assassinatos. Também inspirou This Is Your Time, do cantor e escritor Michael W. Smith, em homenagem a Cassie Bernall, uma das estudantes assassinadas.

O compositor e tecladista Tuomas Holopainen, da banda de Symphonic Metal Nightwish, fez uma música chamada The Kinslayer baseada no massacre.

Greg Barnes, sobrevivente do Massacre de Columbine, cometeu suicídio em 1999 na garagem de casa ouvindo a música Adam's Song. da banda Blink 182 que falava sobre um garoto escrevendo uma carta de suicídio.

A música People = Shit, do Slipknot, faz uma crítica pesada á sociedade moderna, que valoriza mais a estética humana do que sua própria alma, o que remete consequetemente aos sentimentos e prováveis motivos de Eric e Dylan antes e durante o massacre.

O rapper Eminem também fez uma referencia ao massacre em uma de suas musicas: "I'm Back". Com sua sátira agressiva ao acontecimento, até a versão sem censura da musica retira as palavras "kids" (crianças) e "Columbine". Em 2013 lançou outra música "Rap God" onde menciona a mesma linha sem censura.

A música "Class Dismissed(A Hate Primer)" da banda norte-americana de thrash metal, Exodus cita fatos do acontecimento como as cartas de ódio, o cerco da SWAT, o dia da formatura e o suicídio dos garotos.

A música "Bonus (Hidden Track)" da banda francesa de Black Metal Nocturnal Depression é uma compilação com trechos de ligações dos alunos e professores que estavam na escola no momento do atentado para o serviço de emergência. É possível ouvir ao fundo sons de tiros, gritos e correria.

A música "Pumped up Kicks" da banda de Rock de Los Angeles "Foster The People" é uma refêrencia ao "Massacre de Columbine"

Quadrinhos

O massacre teve repercussão também no mundo dos quadrinhos. Em 1999, o escritor Warren Ellis era responsável pelas tramas da HQ de horror Hellblazer, publicada pelo selo Vertigo, da DC Comics, por sua vez empresa pertencente ao grupo AOL Time Warner. Meses antes que o ataque ocorresse, Ellis, acompanhado da arte do desenhista Phil Jimenez e do arte-finalista Andy Lanning, criou a HQ que aborda o problema dos atiradores juvenis em escolas, colocando o mago amoral John Constantine, protagonista da série, para investigar um sinistro mistério que gera essas tragédias.

Atire (Shoot, no original) deveria ter saído na edição 141 da revista, em outubro de 1999, mas foi vetada por Paul Levitz, então vice-presidente da DC Comics, que julgou o momento delicado demais e jurou jamais publicá-la enquanto fosse editor. A decisão revoltou Warren Ellis, que abandonou a série após entregar o roteiro da edição 143. No lugar de Atire, foi publicada a história O Berço, também de Warren Ellis.

Levitz deixou a direção da DC Comics em 2009. Em outubro de 2010, os publishers Dan DiDio e Jim Lee endossaram a edição especial Vertigo Ressurrected, trazendo HQs do selo que foram vetadas ao longo dos últimos anos. Entre elas, estava Atire. No Brasil, a Panini Comics publicou a trama em Vertigo Especial- Atire e Outras Histórias, em maio de 2013.

Fonte: Wikipedia

Vídeo documentário

Documentário Tiros em Columbine DUB - (2002)

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A guerra do Vietnã

02 março 2016 0 comentários




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Guerra do Vietnã

Guerra do Vietnã (português brasileiro) ou Guerra do Vietname (português europeu) (ou ainda, segundo os vietnamitas, Guerra Americana) foi um conflito armado ocorrido no Sudeste Asiático entre 1955 e 30 de abril de 1975. A guerra colocou em confronto, de um lado, a República do Vietnã (Vietnã do Sul) e os Estados Unidos, com participação efetiva, porém secundária, da Coreia do Sul, da Austrália e da Nova Zelândia; e, de outro, a República Democrática do Vietnã (Vietnã do Norte) e a Frente Nacional para a Libertação do Vietname (FNL). A China, a Coreia do Norte e, principalmente, a União Soviética prestaram apoio logístico ao Vietnã do Norte, mas não se envolveram efetivamente no conflito.

Em 1965, os Estados Unidos enviaram tropas para sustentar o governo do Vietnã do Sul, que se mostrava incapaz de debelar o movimento insurgente de nacionalistas e comunistas, que se haviam juntado na Frente Nacional para a Libertação do Vietname (FNL). Entretanto, apesar de seu imenso poder militar e econômico, os norte-americanos falharam em seus objetivos, sendo obrigados a se retirarem do país em 1973 e dois anos depois o Vietnã foi reunificado sob governo socialista, tornando-se oficialmente, em 1976, a República Socialista do Vietnã.

Na guerra, aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados morreram, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos, arrastados para a guerra com a propagação do conflito, e também cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos.

Durante o conflito, as tropas do exército da Vietnã do Norte travaram uma guerra convencional contra as tropas norte-americanas e sul-vietnamitas, e as milícias da FNL menos equipadas e treinados, lutaram uma guerra de guerrilha na região, usando as selvas do Vietnã, espalhando armadilhas mortais aos soldados inimigos, enquanto os Estados Unidos se armaram de grande poder de fogo, em artilharia e aviação de combate, para destruir as bases inimigas e impedir suas ofensivas.

À exceção das linhas de combate ao redor dos perímetros fortificados de bases e campos militares, não houve nesta guerra a formação clássica de linhas de frente e as operações aconteceram em zonas delimitadas; missões de busca e destruição por parte das forças norte-americanas, com o uso de bombardeios maciços com armas químicas desfolhantes e sabotagens da guerrilha na retaguarda das zonas urbanas.

Travada com uma grande cobertura diária dos meios de comunicação, a guerra levou a uma forte oposição e divisão da sociedade norte-americana, que gerou os Acordos de Paz de Paris em 1973, causando a retirada das tropas do país do conflito. Ela prosseguiu com a luta entre o norte e o sul do Vietnã dividido, terminando em abril de 1975, com a invasão e ocupação comunista de Saigon, então a capital do Vietnã do Sul e a rendição total do exército sul-vietnamita.

Para os Estados Unidos, a Guerra do Vietnã resultou na maior confrontação armada em que o país já se viu envolvido, e a derrota provocou a 'Síndrome do Vietnã' em seus cidadãos e sua sociedade, causando profundos reflexos na sua cultura, na indústria cinematográfica e grande mudança na sua política exterior, até a eleição de Ronald Reagan, em 1980.

Guerra do Vietnã

Da esquerda para a direita e de cima para baixo:
Ofensiva do Tet; Fuzileiros embarcam nos helicópteros Huey na frente de combate; Massacre de civis em My Lai; Soldados incendeiam vilarejo vietnamita.
Data: 1 de novembro de 1955 – 30 de abril de 1975
Local: Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Camboja e Laos
Desfecho: Vitória do Vietnã do Norte

Retirada das Forças norte-americanas da Indochina

Dissolução do Vietnã do Sul, com a reunificação do país sob o regime comunista

Ascensão do comunismo no Camboja e no Laos

Combatentes
Vietnã do Sul
Estados Unidos
Coreia do Sul
Austrália
Nova Zelândia
Filipinas
Tailândia
Taiwan
Vietnã do Norte
NLF
China
Coreia do Norte
União Soviética
Comandantes
Nguyen Van Thieu
Ngo Dinh Diem
Nguyen Cao Ky
Ngo Quang Truong
Lam Quang Thi
John Kennedy
Lyndon Johnson
Richard Nixon
William Westmoreland
Creighton Abrams
Park Chung-hee
Chae Myung-shin
Le Duc Tho
Ho Chi Minh
Vo Nguyen Giap
Lê Duẩn
Tran Van Tra
Hoang Van Thai
Nguyen Van Linh
Nguyen Huu Tho
Leonid Brejnev
Mao Tse-Tung
Forças
~1 830 000 (1968)
Vietnã do Sul: 850 000
Estados Unidos: 536 100
Coreia do Sul: 50 000
Nova Zelândia: 552
Tailândia e Filipinas: 10 450
Austrália: 7 672
~461 000
Vietnã do Norte: 287.465
(janeiro de 1968)
China: 170 000 (1969)
União Soviética: 3 000
Coreia do Norte: 300 - 600
Baixas
Mortes militares:
220 357 - 316 000 mortos e 1 170 000 feridos
58 220 mortos, 1 687 desaparecidos e 303 635 feridos
5 099 mortos, 4 desaparecidos e 10 962 feridos
521 mortos e 3 000 feridos
37 mortos e 187 feridos
Mortes militares:
1 176 000 mortos e desaparecidos e 600 000+ feridos
1 446 mortos e 4 200 feridos
16 mortos
Mortes civis:
2 a 5 milhões (Civis mortos no Vietnã tem fontes diversas e díspares)
200 000 - 300 000*
20 000 - 200 000*
   * = nº aproximado

Antecedentes: derrota francesa e independência

Em 1950, a República Democrática do Vietnam e a República Popular da China de Mao Tsé-Tung, fizeram um reconhecimento diplomático mútuo, apoiado pela União Soviética. O Presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, respondeu reconhecendo o governo fantoche francês na Indochina. Washington, parecendo desconhecer a longa antipatia histórica entre o Vietnam e a China, temia que Hanói fosse um peão chinês e, por extensão, da União Soviética, o que era considerado impensável por analistas conhecedores da história da Indochina e seus vizinhos asiáticos. De qualquer maneira, o apoio chinês era muito importante para o sucesso do Viet Minh e os chineses deram grande apoio material e logístico aos comunistas vietnamitas durante a guerra.

O início da Guerra da Coreia, em 1950, foi um ponto decisivo na situação local do Sudeste Asiático do ponto de vista político. Pela perspectiva de Washington, o que havia sido uma guerra colonial na Indochina, havia se transformado em outro exemplo da expansão comunista dirigida pelo Kremlin.

Soldados franceses na Indochina (1952)

Neste mesmo ano, um grupo de conselheiros e analistas militares norte-americanos chegou à região para analisar a situação local e os pedidos de ajuda dos franceses em suprimentos e estratégia e treinar soldados vietnamitas. Quatro anos depois, os Estados Unidos haviam fornecido trezentas mil armas de pequeno porte e gasto um bilhão de dólares em apoio ao esforço militar francês e o então governo Eisenhower estava bancando 80% do custo da guerra. Por outro lado, o Viet Minh recebia apoio crucial de soviéticos e chineses, estes enviando equipamentos pela fronteira dos dois países, graças a um acordo entre os dois governos.

A Batalha de Dien Bien Phu, em março e maio de 1954, marcou o fim do envolvimento francês na Indochina. O Viet Minh e seu comandante, Vo Nguyen Giap, impuseram aos franceses uma grande derrota militar, com a rendição da guarnição francesa em 7 de maio. Em Genebra, a França negociou um acordo de cessar fogo com os vietnamitas e a independência foi garantida ao Laos, ao Camboja e ao Vietnã. Mais de 400 mil soldados e civis morreram durante o conflito de nove anos.

O país foi temporariamente dividido em dois no Paralelo 17 e, de acordo com os termos da Convenção de Genebra, os habitantes de um lado e de outro tinham o direito de se moverem livremente entre os dois estados provisórios e eleições deveriam ser realizadas no país. Entretanto, isso nunca teve lugar. No norte, cerca de um milhão de habitantes, a grande maioria deles católicos, fugiram para sul temendo o novo regime de Ho Chi Minh, que estabeleceu no país um estado socialista – a República Socialista do Vietnã – e o engajou num grande programa de reforma agrária. No sul, um estado não-comunista havia sido estabelecido sob o Imperador Bao Dai, um antigo fantoche dos franceses e dos japoneses e Ngo Dinh Diem se tornou primeiro-ministro.

Além da fuga em massa dos católicos para o sul, mais de 90 mil combatentes do Viet Minh foram para o norte, para o ‘reagrupamento’ entre as forças comunistas previsto em Genebra; entretanto, em desacordo com as decisões conjuntas na Suíça, o Viet Minh deixou no sul cerca de 5 a 10 mil células de simpatizantes, como uma “substrutura político-militar com o objetivo de fazer uma insurreição”.

A Era de Diem (1955-1963)

A Conferência de Genebra foi realizada com a participação do Camboja, República Democrática do Vietname, França, Laos, China, República do Vietname, União Soviética, Reino Unido e Estados Unidos da América com o objectivo de restaurar a paz na antiga Indochina e na Coreia, e previa que:

1. O Vietnã seria momentaneamente dividido em duas partes, a partir do paralelo 17. A parte norte ficaria sob o governo de Ho Chi Minh, enquanto o sul ficaria sob o domínio do imperador Bao Dai (dependente dos franceses);
2. Entre as duas partes, haveria uma Zona Desmilitarizada (ZDM);
3. Seriam realizadas eleições, em 20 de julho de 1956, para unificar o país, sob supervisão internacional.

No entanto, apenas a França e o Vietname do Norte assinaram a declaração, a primeira porque pretendia restabelecer o domínio colonial ou, pelo menos neocolonial, o segundo porque esperava ganhar tempo para reforçar a sua posição no norte e eventualmente ganhar as referidas eleições.

De fato, não tardou para que Washington promovesse um golpe militar em Saigon. Mediante um Plebiscito (reconhecidamente fraudulento), Bao Dai foi deposto e o poder foi entregue ao líder católico, Ngo Dinh Diem, comprometido com os norte-americanos. Diem implantou uma ditadura militar, proclamou a independência do Vietnã do Sul e cancelou as eleições previstas pelo Acordo de Genebra, porque havia a convicção de que ela daria a vitória a Ho Chi Minh.

O presidente americano Dwight D. Eisenhower encontra-se com o líder sul-vietnamita Ngo Dinh Diem, em maio de 1957

Para justificar-se perante a opinião pública nacional e internacional, que lhe cobrava por impedir que o povo vietnamita escolhesse, livremente, seu regime de governo, o presidente Eisenhower apelou para uma Teoria do Dominó:

"Se vocês colocarem uma série de peças de dominó em fila e empurrarem a primeira, logo acabará caindo até a última... se permitirmos que os comunistas conquistem o Vietnã, corre-se o risco de se provocar uma reação em cadeia e todo os estados da Ásia Oriental tornar-se-ão comunistas um após o outro".

Contando com a colaboração intensiva dos EUA (muitas armas e muito dinheiro), o governo de Diem caracterizou-se pelo despotismo e pela mais ampla corrupção. Reprimiu as seitas sul-vietnamitas, indispôs-se com os budistas e perseguiu violentamente os nacionalistas e comunistas, levando esses dois grupos a se unirem, em 1960, na Frente Nacional para a Libertação do Vietname (FNL), adotando a luta de guerrilha para opor-se ao governo sediado em Saigon.

Vietcong

Os membros da FNL passaram a ser chamados de "Vietcongs", pelos norte-americanos e seus aliados. Este termo, abreviado para "VC", deu origem ao termo (utilizando a fonética militar) "Victor-Charlie" de onde surgiu o nome "Charlie" também como apelido dos membros da FNL.

O termo "Vietcong" tinha o propósito de desacreditar os guerrilheiros, aplicando-lhes a pecha de "vietnamitas comunistas". Seus criadores basearam-se no cenário vigente nos Estados Unidos, onde o termo "comunista" alarma a opinião pública e conduz, não raro, a reações histéricas. Mas naquela região da Ásia, o efeito não era o mesmo, até porque, em muitos casos, os comunistas se identificavam com movimentos nacionalistas que lutavam pela independência de povos submetidos ao domínio estrangeiro.

Ao se dar conta de seu engano, Washington tentou retificar a situação, promovendo um concurso público, nos Estados Unidos, para escolha de outro nome. Oferecia-se prêmio em dinheiro por um "termo camponês coloquial, que implicasse em algo de repulsivo ou ridículo"[1] , porém o concurso não produziu o resultado desejado, e o termo "Vietcong" continuou a ser usado.[2]

Os membros da FNL nunca assumiram esse "apelido" que lhes foi conferido.

Insurgência no sul (1956-1960)

Em 1956, um dos líderes comunistas do sul, Le Duan, retornou a Hanói para incentivar a liderança comunista no norte a tomar uma posição firme para a reunificação do país sob regime comunista, mas Hanói (então passando por uma severa crise econômica) hesitou em lançar um confronto militar em larga escala. Os comunistas nortistas temiam a intervenção dos EUA e acreditavam que as condições no Vietnã do Sul ainda não estavam prontas para uma ‘revolução do povo’. Entretanto, em dezembro de 1956, Ho autorizou que as células do Viet Minh ainda no sul começassem uma insurgência de nível moderado, chamada de propaganda armada, constando principalmente de sequestros e atentados.

Quatrocentos funcionários do governo sulista foram assassinados apenas em 1957 e a violência cresceu gradualmente; começando contra autoridades dos governos locais, os atentados rapidamente se espalharam a outros símbolos do status quo sul-vietnamita, como professores, funcionários da área de saúde e proprietários agrícolas. Segundo estimativas, 20% dos prefeitos ou líderes de pequenas vilas rurais do Vietnã do Sul foram assassinados em 1958. A insurgência tentava destruir completamente o controle do governo nas áreas rurais do país e substituí-lo por um governo-provisório.

Finalmente, em 1959, sob a pressão das células sulistas que estavam se tornando alvos da polícia secreta de Diem, o comitê central do norte publicou uma autorização secreta autorizando uma sublevação armada. Isto autorizou o sulista Viet Minh a começar operações em larga escala contra o exército do Vietnã do Sul e provocou a decretação de leis anticomunistas mais duras pelo presidente Diem. Entretanto, o Vietnã do Norte enviou tropas e suprimentos para corroborar sua decisão, e homens e armas começaram a entrar no Vietnã do Sul pela Trilha Ho Chi Minh. Notando a crescente impopularidade no sul do corrupto e violento governo de Diem, em 12 de dezembro de 1960 Hanói autorizou a criação da Frente Nacional de Libertação, o grupo de frente do exército comunista no sul, também chamado de Vietcong.

Sucessivos governos norte-americanos superestimaram o controle e a influência do Vietnã do Norte sobre o vietcong, como observou Robert McNamara, secretário de defesa dos governos de John F. Kennedy e Lyndon Johnson. A paranoia de Diem, a repressão, violência e corrupção que marcavam seu governo, influíram mais nos sentimentos de revolta da população do sul contra o regime, do que a influência direta de Hanói

John Kennedy e a escalada da guerra (1960-1963)

Quando John F. Kennedy venceu as eleições presidenciais americanas de 1960, um dos principais pontos de preocupação levantados por ele, era se a União Soviética havia ultrapassado os Estados Unidos em seus programas balístico e espacial. Apesar dos avisos de Dwight Eisenhower, seu antecessor no cargo, sobre o Vietnã e o Laos, para Kennedy a Europa e a América Latina deveriam ser os focos principais de atenção de sua administração. Seu governo permaneceria comprometido com a política da Guerra Fria, herdada dos governos anteriores de Eisenhower e Truman.

Em 1961, ele enfrentou uma crise em três partes: o fracasso na Invasão da Baía dos Porcos, para depor o governo de Fidel Castro em Cuba, a construção do Muro de Berlim pelos soviéticos e alemães orientais e o acordo negociado entre o governo pró-ocidental do Laos e o movimento comunista Pathet Laos no país. Estes fatos lhe fizeram crer que uma outra falha dos Estados Unidos em deter a expansão comunista que acontecia no mundo iria fatalmente afetar a credibilidade do país como líder do mundo ocidental perante seus aliados e sua própria reputação como dirigente da nação. Kennedy estava determinado a ‘riscar uma linha na areia’ e impedir uma vitória comunista no Vietnã.

O presidente John F. Kennedy e seu secretário de defesa Robert McNamara, em 1962

Sua política para o Vietnã do Sul recaía na crença de que Diem e suas forças conseguiriam derrotar as guerrilhas comunistas sozinhos. Ele era contra o envio de tropas norte-americanas e observou que ‘introduzir forças militares americanas em grande número hoje no Vietnã, apesar de produzir um grande impacto militar inicial, iria certamente levar a uma política adversa e, a longo prazo, em consequências militares adversas’.

A qualidade das forças armadas do Vietnã do Sul, entretanto, permanecia de baixo nível. Liderança deficiente, corrupção e interferência política, faziam a sua parte na contaminação do exército. A medida que a insurgência se solidificava, aumentava a frequência dos ataques dos guerrilheiros. O apoio logístico do Vietnã do Norte à Frente de Libertação Nacional tinha um papel significativo, mas o ponto central da crise era a incompetência do governo sul-vietnamita. Conselheiros da Casa Branca recomendaram ao presidente que os EUA enviassem soldados ao país disfarçados de funcionários da defesa civil, para ajuda e resgate nas enchentes que aconteciam no país. Kennedy rejeitou a ideia, mas aumentou a assistência militar. Na metade de 1962, o número de conselheiros militares norte-americanos no Vietnã do Sul havia aumentado de 700 para 12 mil.

No ano anterior, havia sido iniciado um programa estratégico conjunto dos dois governos, o Strategic Hamlet Program, que consistia em proteger a população rural do país, eminentemente rural, em campos fortificados. O objetivo era isolar estas populações da insurgência comunista, prover educação e assistência médica e aumentar o controle do governo no interior do país. O programa, entretanto, foi rapidamente infiltrado pela guerrilha. Os camponeses se ressentiam de serem desalojados das vilas de seus ancestral|ancestrais. O governo se recusava a fazer uma reforma agrária, o que fazia com que os pequenos e médios fazendeiros fossem obrigados a continuar pagando altas taxas de ocupação a grandes senhores de terras. A corrupção minava o programa e intensificava a oposição a ele, enquanto funcionários públicos enviados para supervisioná-lo viravam alvos de assassinato, o que levou a iniciativa ao fracasso, dois anos depois de implementada.

Em 23 de julho de 1962, quatorze nações, incluindo a China, URSS, Vietnã do Sul, Vietnã do Norte e os Estados Unidos, assinaram um acordo se comprometendo a respeitar a neutralidade do Laos.

Golpes de estado e assassinatos

Analistas políticos em Washington concluíram que o presidente Ngo Dinh Diem era incapaz de derrotar os comunistas e até em conseguir algum acordo com Ho Chi Minh. Ele parecia preocupado apenas em evitar um golpe de estado contra si e seu governo. Durante o verão de 1963, autoridades norte-americanas começaram a discutir a possibilidade de uma mudança no regime. O Departamento de Estado dos Estados Unidos era a favor do encorajamento de um golpe. O Pentágono e a CIA eram mais receosos das consequências desestabilizadoras que tal ato pudesse provocar e preferiam continuar aplicando pressão pelas reformas políticas no sul.

A maior das mudanças propostas pela política norte-americana era a remoção do poder do irmão mais novo do presidente, Ngo Dinh Nhu, chefe da polícia secreta do país e o homem por trás da repressão contra os monges budistas do Vietnã. Como conselheiro mais poderoso de Diem, Nhu se tornou uma figura odiada no Vietnã do Sul e sua influência contínua era inaceitável para o governo Kennedy, que acabou eventualmente concluindo que o presidente não o substituiria. Assim, a CIA entrou em contato com os comandantes militares sul-vietnamitas que planejavam depor o presidente e lhes fez saber que os Estados Unidos não se oporiam à ação. Em 1 de novembro de 1963, Diem foi deposto e executado no dia seguinte junto com seu irmão, dentro de um blindado nas ruas de Saigon, a caminho do quartel-general do exército. O embaixador norte-americano Henry Cabot Lodge, que havia sido proibido por Kennedy de qualquer encontro pessoal com os militares nas semanas antecedentes, convidou os golpistas à embaixada e os congratulou, enviando a Kennedy – chocado com um assassinato com o qual não tinha concordado – a mensagem de que agora ‘as possibilidades são de uma guerra curta no Vietnã.’.

Em seguida ao golpe, o caos se instalou no país. O Vietnã do Sul entrou num período de grande instabilidade política, com governos militares sendo substituídos uns pelos outros em rápida sucessão e disso se aproveitou o governo de Hanói, que aumentou seu apoio aos guerrilheiros do vietcong. Kennedy aumentou mais ainda o número de militares no país, oficialmente conselheiros militares para as forças armadas do Vietnã do Sul, para lidar com o aumento da atividade guerrilheira. Seus militares eram infiltrados em todos os níveis das forças armadas sulistas. Porém, eles eram totalmente ignorantes da natureza política da insurgência, que era um movimento de destabilização política no qual confrontos militares não eram o principal objetivo. O governo Kennedy colocou todos os seus esforços na pacificação do país e em ‘conquistar os corações e mentes’ da população.

A liderança militar em Washington, entretanto, era contra qualquer papel por parte de seus militares no Vietnã que fosse diferente de ajudar no treinamento de tropas e o comandante destes homens no Vietnã do Sul, general Paul D. Harkins, confidencialmente previu uma vitória sobre a guerrilha ‘na época do Natal de 1963’. A CIA, entretanto, era menos otimista e produzia relatórios avisando que ‘o vietcong tem o controle de fato de largas porções do território sul-vietnamita e tem aumentado consideravelmente a intensidade de suas atividades armadas contra o governo’. Kennedy introduziu os helicópteros militares na guerra, criou uma força aérea conjunta EUA-Vietnã do Sul, basicamente formada por pilotos norte-americanos e enviou os Boinas Verdes ao país.

Numa conversa com o primeiro-ministro do Canadá e Nobel da Paz Lester Pearson, o presidente pediu seu conselho sobre a situação e ouviu de volta: ‘Caia fora de lá’. Ao que respondeu: ‘Esta é uma resposta estúpida, todos sabemos disso, a questão é: como cair fora de lá?”.

John Kennedy foi assassinado em 22 de novembro de 1963, três semanas após Ngo Dinh Diem. Foi substituído pelo vice-presidente Lyndon Johnson, que reafirmou o apoio norte-americano ao Vietnã do Sul e aumentou a ajuda militar ao país para U$500 milhões no fim do ano.

Os Estados Unidos entram oficialmente na guerra

O presidente americano Lyndon B. Johnson na assinatura da Resolução do Golfo de Tonkin, que dava autoridade para a Casa Branca levar a nação a guerra o sudoeste da Ásia

Lyndon Johnson, quando tomou posse na presidência após a morte de Kennedy, não considerava o Vietnã uma prioridade, mais preocupado com a criação do que chamava de ‘Grande Sociedade’ e de programas sociais progressivos. Entretanto, em 24 de novembro ele reuniu um grupo de conselheiros em torno do embaixador Lodge, retornado à pressa de Saigon, para ouvirem as notícias trazidas pelo embaixador e conhecer mais profundamente a situação do que ocorria no Vietnã e prometeu se empenhar em ajudar os vietnamitas do sul a vencerem a guerra contra os comunistas. Mas esta decisão veio numa ocasião em que a situação no país estava já deteriorada, especialmente em locais como o delta do Mekong, graças ao recente golpe contra Diem.

O conselho militar revolucionário, na falta de um grande líder sul-vietnamita, era composto de doze membros, chefiados pelo general Minh – considerado por correspondentes da imprensa estrangeira em Saigon como ‘um modelo de letargia’. Seu regime foi deposto em janeiro de 1964 pelo general Nguyen Khanh.

O pretexto

Foto tirada do USS Maddox em 2 de agosto de 1964, mostra barcos de patrulha norte-vietnamitas no Golfo de Tonkin

Em agosto de 1964, o destróier norte-americano USS Maddox, numa missão de espionagem ao largo da costa do Vietnã do Norte, disparou e danificou diversos barcos torpedeiros que se aproximavam dele no Golfo de Tonkin. Um segundo ataque de lanchas torpedeiras foi noticiado dois dias depois envolvendo o USS Turner Joy e o Maddox na mesma área. As circunstâncias destes ataques são obscuras. O segundo ataque levou a uma retaliação aérea dos americanos, apressou o Congresso a aprovar a Resolução do Golfo de Tonkin e deu ao presidente poderes para conduzir operações militares no Sudeste Asiático sem uma declaração de guerra formal.

Em 2005, entretanto, documentos secretos liberados pela Agência Nacional de Segurança, revelaram que não houve nenhum ataque a barcos americanos no dia 4 de agosto de 1964, mas, muito antes disso, este fato já vinha sendo contestado. ‘O Incidente do Golfo de Tonkin’, escreveu Louise Gerdes, ‘é um exemplo sempre citado de como Lyndon Johnson enganou o povo americano para conseguir apoio para a sua política no Vietnã’. George C. Herrings afirma, ‘que o Pentágono e McNamara não reconhecidamente mentiram sobre os alegados ataques, mas eles estavam obviamente com um espírito beligerante com relação aos vietnamitas e provavelmente selecionaram as evidências e relatos chegados a eles, aquilo que lhes interessava acreditar e difundir à opinião pública’.[3]

O Conselho Nacional de Segurança recomendou uma escalada em três estágios do bombardeio aéreo ao Vietnã do Norte. Em 2 de março de 1965, seguindo-se a um ataque vietnamita ao acampamento dos marines em Pleiku, as operações começaram. A campanha de bombardeios, que duraria três anos, tinha o objetivo de obrigar o governo de Hanói a suspender seu apoio à Frente Nacional para a Libertação do Vietnã do Sul (o Vietcong sulista) ameaçando destruir suas defesas aéreas e sua estrutura industrial e ao mesmo tempo dar uma injeção de moral no povo sul-vietnamita. Entre março de 1965 e novembro de 1968, a operação ‘Rolling Thunder’, como foi chamada, contemplou o norte do país com um milhão de toneladas de mísseis, foguetes e bombas.

O bombardeio não se limitou ao norte do Vietnã, atingindo também áreas do sul onde haviam alvos militares do vietcong ou de sua infra-estrutura, além da trilha Ho Chi Minh, que em diversas partes de sua extensão penetrava no Laos e no Camboja. O objetivo, porém, nunca foi alcançado. Como observou um oficial, ‘esta é uma guerra política e ela pede por mortes seletivas. A melhor arma pode ser uma faca..... a pior, um avião’. Entretanto, o chefe do estado-maior da força aérea Curtis LeMay, que há tempos pregava que o Vietnã do Norte fosse saturado de bombas, escrevia ‘vamos bombardeá-los até fazê-los regredir à Idade da Pedra’.

Escalada e guerra no solo

General William Westmoreland, comandante das forças norte-americanas no Vietnã entre 1964 e 1968

A escalada da Guerra do Vietnã começou oficialmente na manhã de 31 de janeiro de 1965, quando foram dadas ordens a um esquadrão de caças F-105, baseado em Okinawa, no Japão, para que se transferisse para a base aérea de Da Nang, no Vietnã do Sul. A missão da operação (Operation Flaming Dart), era cruzar o Paralelo 17, e havia sido planejada antes do ataque vietcong aos marines em Pleiku em 6 de fevereiro. No dia seguinte, 49 destes caças levantaram voo de Danang para atacar alvos do Vietnã do Norte. A partir deste dia, a guerra não ficou mais restrita ao território sul-vietnamita.

Depois do ataque em Pleiku, o comando da força aérea decidiu que suas bases precisavam de mais proteção, já que o exército sul-vietnamita era incapaz de fazer a segurança; 3 500 fuzileiros americanos foram então enviados ao Vietnã do Sul e esta ação marcou o início da guerra terrestre. A opinião pública norte-americana apoiou o envio de tropas; se baseando na premissa de que o Vietnã era parte de um esforço global para combater o comunismo. Numa declaração similar a que havia feito aos franceses anos antes, Ho Chi Minh declarou que "se os americanos querem fazer a guerra por vinte anos, então nós a faremos por vinte anos; se eles querem fazer a paz, nós faremos a paz e os convidaremos para um chá à tarde".

Um helicóptero americano UH-1D desembarcando homens para a luta
Militares americanos lutando contra os norte-vietnamitas em 1966

O primeiro desembarque de 3 500 soldados em março, havia se transformado em 200 mil em dezembro. A missão dos marines, entretanto, era defensiva. As forças armadas americanas eram treinadas e instruídas para guerras ofensivas e seus comandantes eram psicológica e institucionalmente pouco qualificados a ações defensivas. Em maio e junho, as forças sul-vietnamitas sofreram derrotas com pesadas baixas em duas batalhas, fazendo a moral cair e as deserções aumentarem entre as tropas.

O general William Westmoreland, comandante das forças norte-americanas no país, informou ao comando das forças dos EUA no Pacífico que a situação era crítica: "estou convencido que as nossas tropas, com sua energia, mobilidade e poder de fogo, podem assumir a luta contra a FNL com sucesso". Com esta recomendação, ele advogava uma mudança agressiva na postura defensiva dos Estados Unidos na guerra e sua entrada em combate ao lado dos sul-vietnamitas. Um plano seu de três fases, destinado a ganhar a guerra até 1967, foi enviado a Lyndon Johnson e, aprovado pelo presidente, provocou uma profunda mudança na postura americana na guerra e na visão da Casa Branca de que o governo do Vietnã do Sul deveria ser o responsável por derrotar as guerrilhas comunistas. Porém, Johnson não comunicou esta mudança de estratégia militar à mídia e continuou a enfatizar a continuidade da guerra de prevenção.

Em breve, os guerrilheiros do vietcong começaram a se engajar em pequenas unidades guerrilheiras, o que os permitia controlar tempo e andamento dos combates. Ao contrário dos soldados da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia, as tropas americanas eram vulneráveis a ataques de surpresa onde quer que se encontrassem, sem conseguir relaxar mesmo na retaguarda.

Seguindo a política de 'conquistar corações e mentes' da população sul-vietnamita, imaginada por Kennedy anos antes, o Vietnã do Sul foi inundado por bens manufaturados norte-americanos. A injeção de produtos e de dinheiro americano no país, transformou a economia e causou profunda impressão na sociedade sul-vietnamita, causando também uma grande onda de corrupção local. O país foi invadido por civis especialistas em quase toda e qualquer área de conhecimento, para aconselhar o governo local e melhorar sua performance econômica.

Washington encorajou seus aliados da SEATO (Organização do Tratado do Sudeste Asiático) a contribuir com tropas para o esforço de guerra. Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Tailândia e Filipinas, todos concordaram em enviar tropas ao Vietnã. Entretanto, os grandes aliados da OTAN, e principalmente o Canadá e a Grã-Bretanha, declinaram o pedido. Também foi pedido o enviou de tropas do Brasil, mas o pedido não foi atendido.[4] Os Estados Unidos e seus aliados montaram complexas operações de combate terrestres contra os guerrilheiros vietcongs, mas a guerrilha continuava iludindo seus inimigos e demonstrando grande flexibilidade tática na selva. Pesadas campanhas de bombardeios aéreos (como a Operação Rolling Thunder) devastaram a infra-estrutura do Vietnã do Norte e infligiram grandes perdas aos militantes comunistas do sul, mas falharam no seu objetivo de submete-los a rendição.

Soldados americanos inspecionando vilas vietnamitas.

Enquanto isso, a situação política no Vietnã do Sul começava a sofrer alguma estabilização, com a chegada ao poder em 1967 do vice-presidente e depois primeiro-ministro Nguyen Cao Ky e do presidente Nguyen Van Thieu. Este governo encerrava uma longa linha governamental de juntas militares que haviam começado com o assassinato de Ngo Dinh Diem. A calma relativa permitiu ao exército sul-vietnamita a colaborar de maneira mais efetiva com seus aliados e a se aprimorar como força de combate.

A administração Johnson tinha uma 'política de sinceridade mínima' em seus encontros com a imprensa. As autoridades militares procuravam dirigir a cobertura de mídia enfatizando histórias que mostravam o progresso na guerra. Com o tempo, esta política começou a provocar a desconfiança do público nos pronunciamentos oficiais e a medida em que a cobertura da guerra feita pelos correspondentes e as notícias do Pentágono começaram a divergir, a falta de credibilidade do cidadão comum começou a aumentar. Notícias de que apesar de todo o esforço, de todas as vidas perdidas e de todo o dinheiro gasto, o resultado do conflito não parecia bom e uma vitória no curto e médio prazo parecia distante contra um inimigo obstinado e fanático que, apesar das pesadas baixas que sofria, não queria ceder. Em outubro de 1967, uma grande manifestação antiguerra aconteceu nas escadas do Pentágono, em Washington, e alguns manifestantes entoaram o canto que se tornaria comum nos protestos vindouros: "Hey, Hey, LBJ! How many kids did you kill today?" ("Ei, Ei, LBJ! — as iniciais de Lyndon Baynes Johnson — quantas crianças você matou hoje?").

Ofensiva do Tet

Mapa assinalando os principais ataques realizados durante a Ofensiva do Tet

Em fins de 1967, o general Giap concebeu um plano extremamente audacioso, cuja concretização viria a tornar-se o marco decisivo da guerra. Depois de atrair as forças de Westmoreland para o interior do país, e cercá-las em Khe Sahn, na província de Quang Tri, ele desfechou um ataque surpresa contra mais de cem cidades no Vietnã do Sul, inclusive Saigon, onde os guerrilheiros chegaram a ocupar, por algumas horas, o quartel-general do general Westmoreland e a embaixada dos Estados Unidos, cujos ocupantes tiveram que fugir, apressadamente[5] . A ofensiva ocorreu em 30 de janeiro de 1968, no feriado do ano novo lunar chinês (Tet), e embora pagando um pesado preço em vidas[6] , provou-se ter sido um enorme sucesso propagandistico, principalmente de ordem moral, na medida em que:

Mostrou aos militares e ao público americano que, apesar de todo o esforço e todo o sangue derramado, a guerra não ia bem (contrastando com o que o governo falava até então);
Também deixou claro que os Estados Unidos, embora sendo a maior potência militar do planeta, não conseguiriam vencer a guerra contra os vietnamitas nem no curto ou médio prazo;

Na antiga capital imperial de Hué, as tropas combinadas de norte-vietnamitas e guerrilheiros da FNL, capturaram a cidadela imperial e maior parte da cidade, o que deu início à Batalha de Hué. Neste ínterim entre a captura da cidade e sua retomada pelas forças americanas, os ocupantes insurgentes massacraram milhares de civis sul-vietnamitas nela residentes, num número estimado de seis mil. Mas a Ofensiva do Tet haveria de produzir outros efeitos significativos: as quedas do general Westmoreland e do presidente Johnson.

Combatentes vietnamitas durante uma ofensiva, em 1967
Vietcong morto a tiros na embaixada em Saigon

Westmoreland havia se tornado a face pública da guerra. A revista TIME o havia escolhido O Homem do Ano de 1965, descrevendo-o como a vigorosa personificação do guerreiro americano. Em novembro de 1967, ele comandou uma campanha de relações públicas para o governo, de modo a conseguir um apoio embandeirado do público americano à guerra. Num discurso a jornalistas em Washington, ele afirmou que 'a guerra havia atingido um ponto em que o fim estava próximo.' Então, com a Ofensiva do Tet, o público ficou confuso e chocado com as errôneas previsões do general. A imprensa do país, que até então havia em sua maioria apoiado os esforços de guerra americanos, promoveu um cerco ao governo em busca das razões para tal falha nas informações otimistas transmitidas até então sobre a guerra. Diante disso, Westmoreland foi removido do comando no Vietnã. Quanto ao presidente Johnson, seu índice de popularidade despencou de 48% para 36%, levando-o a desistir de concorrer à reeleição no fim de 1968.

O Tet causou profundas implicações domésticas no apoio ao conflito, sendo considerada uma falha da inteligência comparável a Pearl Harbor. Numa das mais polêmicas e célebres frases da guerra, um certo major Brown, na frente de combate, declarou ao jornalista Peter Arnett, então correspondente da AP e que anos depois transmitiria ao vivo pela CNN o ataque americano a Bagdá no início da Guerra do Golfo, que a cidade de Ben Tre precisou ser destruída para poder ser salva, eufemismo que passou a fazer parte da 'lógica' de guerra, de que era melhor destruir algo completamente, do que deixá-lo ser útil ao inimigo.

Westmoreland foi empossado como chefe do estado-maior do exército em março, o que tecnicamente era uma promoção, quando a resistência vietnamita havia sido subjugada. Sua posição entretanto, tinha ficado insustentável, por causa da ofensiva e porque seu pedido secreto de reforço de mais 200 mil homens para o Vietnã havia vazado para a mídia. Foi substituído por seu segundo em comando, general Creighton Abrams, um militar menos afeito a declarações à imprensa.

A 10 de maio de 1968, a despeito da baixa expectativa de algum resultado, conversações de paz começaram a acontecer entre os EUA e a República Democrática do Vietnam. As negociações ficaram estagnadas por cinco meses até que Johnson desse ordens para que o bombardeio aéreo do Vietnã do Norte fosse suspenso. O candidato democrata à presidência, vice-presidente Hubert Humphrey, estava disputando a eleição com o ex-vice-presidente republicano Richard Nixon. Através de intermediários, Nixon avisou ao governo do sul que se recusasse a participar das negociações com o norte até depois das eleições, dizendo que daria a eles um melhor acordo se fosse eleito.

O historiador Robert Dallek escreveu:' a escalada da guerra no Vietnã promovida por Lyndon Johnson dividiu os americanos em campos opostos, produziu 30 mil mortos até sua saída da Casa Branca e destruiu sua presidência. Sua recusa em enviar mais tropas ao Vietnã após o pedido de Westmoreland, foi uma admissão de que a guerra estava perdida.' Como o Secretário de Defesa Robert McNamara observou mais tarde, a perigosa ilusão de uma vitória por parte dos Estados Unidos estava, dali em diante, morta.

Vietnamização (1969–1973)

Um bombardeiro B-66 e quatro F-105 Thunderchiefs lançando suas bombas em uma cidade no Vietnã do Norte

Durante a eleição presidencial de 1968 nos Estados Unidos, o presidente Richard Nixon, então o candidato republicano, havia feito uma campanha baseada no lema ‘paz com honra’ no Vietnã. Seu plano era reforçar as forças armadas sul-vietnamitas de maneira que eles pudessem levar adiante sozinhos a defesa do país. Esta política foi chamada de vietnamização e tinha muito em comum com a política de John Kennedy. Entretanto, havia uma importante diferença. Enquanto Kennedy pregava que os sul-vietnamitas deveriam lutar a guerra por si sós, ele também tentava limitar o tamanho do conflito. Nixon, ao contrário, em busca de uma retirada com honra, tinha a intenção de empregar táticas variadas para isso, inclusive aumentando o alcance geográfico da guerra.

Nixon também tentou estabelecer negociações, procurando uma 'détente' com a União Soviética, que levou a uma redução de armas nucleares pelas superpotências, e uma reaproximação com a China, numa política que ajudou a diminuir as tensões internacionais. Entretanto, os dois países continuaram a enviar ajuda aos norte-vietnamitas. Em setembro de 1969, Ho Chi Minh morreu em Hanói, aos 79 anos.

Neste meio tempo, o movimento antiguerra crescia nos Estados Unidos com manifestações constantes. Nixon apelou para a maioria silenciosa de americanos em apoio à guerra. Porém, as revelações do massacre de civis, mulheres e crianças principalmente, na aldeia de My Lai, provocou uma revolta nacional e internacional, aumentando a pressão pela paz.

O príncipe Norodom Sihanouk havia proclamado a neutralidade do Camboja no conflito da Indochina desde 1955. Entretanto, tolerava a presença de forças do vietcong e do exército norte-vietnamita em seu território porque desejava evitar que seu país fosse arrastado a um grande conflito regional. Sob pressão de Washington, porém, ele mudou esta política em 1969 e o Exército Popular do Vietnam e o vietcong deixaram de ser bem-vindos.

Nixon, então, aproveitou-se da oportunidade para lançar um bombardeio maciço e secreto contra os santuários comunistas na fronteira dos dois países, o que violava uma longa sucessão de discursos anteriores apoiando a neutralidade cambojana. Ele havia escrito a Sihanouk em abril de 1969, assegurando-lhe que ‘os Estados Unidos respeitarão a soberania, a neutralidade e a integridade territorial do Reino do Camboja’. Mas sem o conhecimento da opinião pública americana, durante quatorze meses mais de 2.700 mil toneladas de bombas foram lançadas na área. Em 1970, devido à sua tibieza no trato com as questões internacionais, Sihanouk foi deposto por seu primeiro-ministro Lon Nol, favorável aos Estados Unidos, e a fronteira cambojana fechada. Os EUA e o exército sul-vietnamita lançaram então incursões militares ao Camboja, para atacar diretamente as bases comunistas ali instaladas e ganhar tempo para o Vietnã.

Panfletos de propaganda norte-americana convocando os Viet Congs e soldados norte-vietnamitas a desertar para o sul

O exército sul-vietnamita lançou uma grande ofensiva na fronteira, apoiados pelos americanos, determinado a cortar e interromper o fluxo de soldados e armas do Norte na Trilha Ho Chi Minh, o que era uma clara violação à neutralidade laosiana, desrespeitada pelos dois lados nos combates. Depois de encontrarem forte resistência, as forças sul-vietnamitas se retiraram em confusão, fugindo através de estradas cobertas por seus próprios mortos. Quando seus caminhões e blindados ficaram sem combustível, os soldados abandonavam os veículos e seguiam se arrastando e cambaleando por quilômetros até o helicópteros Huey americanos enviados para evacuar os feridos. Muitos deles se agarravam nas sapatas de pouso dos helicópteros levantando voo, na tentativa de se salvarem. Aviões americanos tiveram que destruir tanques e caminhões abandonados na rota de fuga para impedir que caíssem em mãos dos inimigos e metade das tropas sulistas foram mortas ou aprisionadas. A operação foi um fiasco e representou uma clara falha na vietnamização da guerra levada a cabo por Nixon. O estrago foi monumental. Os oficiais de alto escalão do Vietnã do Sul tinham sido tutorados pelos americanos por mais de dez anos, muitos deles cursando escolas de treinamento militar nos EUA, mas aprenderam muito pouco e fracassaram quando tiveram que fazê-lo sozinhos.

A invasão do Camboja provocou protestos em todos os Estados Unidos. Durante uma manifestação estudantil em Ohio, quatro estudantes da Universidade de Kent foram mortos pela Guarda Nacional, enraivecendo a opinião pública americana contra o governo. A reação que Nixon teve sobre este episódio em Kent foi considerada indiferente, aumentando ainda mais o ímpeto dos protestos antiguerra. Em 1971, documentos secretos do Departamento de Defesa foram vazados para o jornal The New York Times. Chamados de ‘Pentagon Papers’ (Papéis do Pentágono), a história ultra-secreta do envolvimento dos Estados Unidos no Vietnã, promovida pelo Departamento de Defesa, foi trazida a público mostrando a deliberada fabricação de razões que levaram os EUA a entrarem na guerra, e provocou uma longa série de decepções entre a opinião pública.

Em 1971, a Austrália e a Nova Zelândia retiraram suas forças do Vietnã e as tropas dos Estados Unidos foram reduzidas a um total de 196 mil homens, com uma data limite de fevereiro de 1972 para a retirada de mais 45 mil soldados. A medida que os protestos contra a guerra cruzavam os EUA, a desilusão crescia e a moral caía entre a tropa, com o aumento do uso de drogas, conflitos raciais e desobediência aos oficiais.

Uma nova ofensiva no início de 1972 pelas tropas norte-vietnamitas, partindo do Camboja e do interior do Vietnã do Norte tentando cortar o sul em dois, foi salva apenas pela intervenção aérea dos Estados Unidos, deixando claro que, com a retirada contínua das tropas americanas, só o poder de fogo aéreo de seu aliado poderia salvar o Vietnã do Sul. As últimas tropas americanas foram retiradas em agosto de 1972, deixando apenas conselheiros militares e funcionários civis do Estados Unidos no país.

A guerra foi o tema central das eleições de 1972. O oponente de Nixon, George McGovern, tinha uma plataforma de retirada do Vietnã. O conselheiro de segurança nacional de Nixon, Henry Kissinger, continuava porém em negociações secretas com o representante do Vietnã do Norte, Le Duc Tho, e em outubro eles chegaram a um acordo. Entretanto, o presidente sul-vietnamita Nguyen Van Thieu exigiu mudanças significativas no acordo. Quando o Norte tornou públicos os detalhes do acordo, a Casa Branca afirmou que os norte-vietnamitas tentavam embaraçar o presidente e as negociações estancaram, com os comunistas desejando novas mudanças.

Para mostrar seu apoio aos sulistas e forçar Hanói a voltar à mesa de negociações, Nixon deu ordens para um bombardeio maciço da capital inimiga e do porto de Haiphong. A ofensiva destruiu a maior parte da capacidade industrial e econômica remanescente dos nortistas. Simultaneamente, Nixon pressionava Thieu ameaçando concluir um tratado bilateral de paz com os norte-vietnamitas e retirando qualquer auxílio ao sul.

Em 15 de janeiro de 1973, o presidente Nixon anunciou ao mundo a suspensão das operações ofensivas norte-americanas no Vietnã. Os Acordos de Paz de Paris foram assinados em 27 de janeiro, encerrando oficialmente o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Um cessar-fogo entrou em vigor entre os países do norte e do sul e os prisioneiros de guerra foram libertados, com a integridade territorial do Vietnã sendo garantida. Como depois da Convenção de Genebra em 1954, eleições foram marcadas para os próximos seis meses nos dois países. O acordo também previa a retirada completa das forças dos EUA em sessenta dias e este artigo acabou sendo o único integralmente cumprido.

Retirada das tropas e do auxílio material dos Estados Unidos (1973–1975)

Sob as condições do Acordo de Paris, os norte-americanos retiraram suas tropas do Vietnã e prisioneiros de guerra foram trocados. O Vietnã do Norte teve permissão para continuar suprindo as tropas comunistas no sul, mas apenas para fazer a reposição do que estava sendo consumido. No fim do ano, Henry Kissinger e Le Duc Tho dividiram o Prêmio Nobel da Paz, mas o negociador norte-vietnamita o recusou, dizendo que uma paz verdadeira ainda não tinha sido conseguida.

Os líderes comunistas esperavam usar o cessar-fogo em proveito próprio, mas Saigon, escorada por um grande aporte de armas e equipamentos feito pelos EUA pouco antes da trégua entrar em vigor, começou a empurrar os vietcongs para o norte. Os comunistas responderam com uma nova estratégia, estabelecida em uma série de encontros da liderança norte-vietnamita realizados em Hanói, em março de 1973. Com a suspensão dos bombardeios americanos, os trabalhos na Trilha Ho Chi Minh e em outras estruturas logísticas deveriam continuar ininterruptamente, até que o norte estivesse em condições de lançar uma ofensiva em massa contra o sul, projetada para a estação seca de 1975-76. O comando militar acreditava ser esta a última oportunidade de decidir o conflito, antes que o exército sul-vietnamita estivesse completamente treinado. Um oleoduto de 3 000 milhas de extensão deveria ser construído entre o interior do Vietnã do Norte e o quartel-general da FNL em Loc Ninh, cerca de 120 km a noroeste de Saigon.

Um bombardeiro norte-americano B-52 bombardeando cidades no Vietnã do Norte durante a Operação Linebacker II, em dezembro de 1972. Esta foi a última grande ofensiva americana na guerra, antes que o Acordos de Paz de Paris fosse assinado.

Apesar do democrata George McGovern não ter sido eleito em 1972, as eleições presidenciais estabeleceram grande maioria democrata nas duas casas do Congresso americano, sob o lema da campanha de McGovern, 'Come Home America', o que dificultava qualquer ação ofensiva do governo que dependesse da aprovação congressional. Em 15 de março de 1973, Nixon declarou que os EUA voltariam a intervir militarmente caso os nortistas violassem o cessar-fogo, mas recebeu críticas tanto do Congresso quanto da opinião pública pela declaração e em abril a Casa Branca indicou Graham Martin como novo embaixador em Saigon. Como Martin era um diplomata de segundo escalão, comparado aos embaixadores anteriores, sua indicação pareceu um sinal claro de que os Estados Unidos estavam desistindo do Vietnã. Durante a audiência ao Senado de sua confirmação como novo secretário de defesa, James Schlesinger afirmou que ele recomendaria a volta dos bombardeios sobre o Vietnã do Norte, caso os comunistas lançassem alguma ofensiva sobre o sul. Em 4 de junho, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma lei proibindo tal ato.

A crise do preço do petróleo de outubro de 1973 provocou graves danos à economia do Vietnã do Sul. O Vietcong reiniciou suas operações ofensivas quando a estação das secas começou e em janeiro de 1974 havia recapturado todo o território perdido no ano anterior. Após dois confrontos onde 55 soldados sul-vietnamitas morreram, o presidente Thieu anunciou que a guerra havia recomeçado e que os Acordos de Paris não tinham mais efeito. Durante o cessar-fogo, os sul-vietnamitas sofreram mais de 25 mil baixas.

Em 9 de agosto de 1974, Gerald Ford assumiu a presidência dos Estados Unidos, após a renúncia de Nixon causada pelo escândalo do Caso Watergate. Nesta época, o Congresso havia cortado a ajuda financeira ao Vietnã em 300 milhões de dólares e, com as eleições secundárias de metade de mandato em 1974 aumentando a maioria democrata, ele tornou-se mais determinado a confrontar as políticas de guerra da Casa Branca.

Embalados pelo sucesso da ofensiva na estação das secas, em dezembro de 1974 os norte-vietnamitas e o vietcong atacaram a província de Phuoc Long, e a capital provinciana Binh Phuoc caiu em 6 de janeiro de 1975. Ford pediu desesperadamente ao Congresso que autorizasse os fundos necessários para reequipar o sul, mas teve seu pedido negado. A queda de Phouc Binh e a falta de assistência americana deixaram a elite sul-vietnamita desmoralizada e a corrupção e o desespero campearam.

A velocidade de seu sucesso fez o comando norte-vietnamita repensar suas estratégias. Foi decidido que as operações militares contra as terras altas centrais ficariam a cargo do general Văn Tiến Dũng e que a cidade de Pleiku - onde anos antes havia sido iniciada a guerra terrestre no Vietnam - deveria ser cercada e tomada se possível. Antes de partir para o sul, Dung foi aconselhado por Le Duan: "Nunca tivemos a vantagem estratégica que temos agora, nem houve condições políticas e militares tão perfeitas como no momento, para vencermos a guerra".

Em 10 de março de 1975, as forças norte-vietnamitas iniciaram uma ofensiva através do interior do Vietnã, que os levou a capturar Hué e Danang em 31 de março, provocando a rendição de 100 mil soldados do Vietnã do Sul e o controle de metade do país.

Com a metade do sul em suas mãos, as tropas receberam ordens de lançar a ofensiva final contra Saigon. Em 7 de abril, três divisões do EPV atacaram Xuan Loc, 64 kms a leste da capital, onde enfrentaram uma resistência desesperada durante duas semanas, na última tentativa dos sulistas barrarem o avanço norte-vietnamita. Em 21 de abril, com a rendição dos esgotados defensores, o presidente Thieu renunciou ao cargo, acusando os norte-americanos de tê-los traído, fugindo para Taiwan e deixando o controle do governo nas mãos do general Duong Van Minh.

No fim de abril, o Exército da República do Vietnã do Sul entrou em colapso completo em todas as frentes de guerra. Milhares de civis fugiam pelas estradas em direção a parte sul do país, à frente das tropas comunistas que se aproximavam. Em 27 de abril, 100 mil soldados nortistas cercaram Saigon, defendida por 30 mil soldados do sul. Para apressar o colapso e aumentar o pânico, o vietcong começou a bombardear o aeroporto e forçou seu fechamento. Com a fuga por ar fechada, milhares de civis em desespero se viram sem saída do Vietnã.

A Queda de Saigon

Com o cerco dos norte-vietnamitas e do vietcong, o caos se instalou na capital e civis e militares histéricos tentaram sair da cidade de qualquer maneira. A lei marcial foi declarada e helicópteros começaram a evacuar autoridades e civis vietnamitas, norte-americanos estrangeiros, partindo de várias pontos da cidade e do complexo da embaixada. A Operação Vento Constante (Operation Frequent Wind) havia sido adiada, porque o embaixador Graham acreditava ainda ser possível que Saigon resistisse até que algum acordo político impedisse a invasão da capital. Por outro lado, a Operação Babylift - implantada no começo de abril de 1975 - ainda persistia, trasladando órfãos de Saigon em aviões C5-A Galaxy para países mais seguros.[7]

Marine protegendo o helicóptero da Operação Vento Constante na embaixada

Em 26 de abril de 1975 a Operação Babylift terminaria com um saldo de mais de 3 mil órfãos resgatados, apesar da queda desastrosa do avião no primeiro dia da operação.[8] Pouco depois, na manhã de 29 de abril de 1975, o secretário John Schlesinger anunciou o fim daquela que foi a maior operação de resgate por helicópteros da história, e que ocorreu em meio a uma atmosfera de completo caos e medo, com multidões lutando desesperadamente por lugares limitados em helicópteros americanos. Ela correu contra o relógio, enquanto os tanques comunistas forçavam as entradas e as defesas nos subúrbios da cidade. Nas primeiras horas da manhã do dia 30, os últimos marines foram evacuados da guarda da embaixada, enquanto civis invadiam o perímetro e se espalhavam pelo gramado. Muitos deles tinham trabalhado para os norte-americanos e foram deixados para trás, entregues ao seu destino.

Ao fim da manhã, as tropas do Exército Popular do Vietnã venceram toda a resistência em Saigon, capturando rapidamente edifícios e instalações chaves da cidade. Um tanque arrebentou os portões do Palácio Presidencial as 11:30, hora local, e uma bandeira da Frente Nacional de Libertação foi hasteada sobre ele. O sucessor de Thieu, general Minh, tentou fazer uma rendição formal, mas lhe foi dito que nada mais havia pelo que se render. Minh então deu seu último comando, ordenando a rendição geral de todas as tropas sul-vietnamitas. A guerra do Vietnã chegava ao fim depois de quatorze anos de sangue, sofrimento e atrocidades.

Legado

Efeitos no Sudeste Asiático

Um guerrilheiro comunista vietcong capturado pelos americanos. Estima-se que entre 3 e 4 milhões de vietnamitas morreram na guerra.

Após a guerra, em 2 de julho de 1976, foi proclamada a República Socialista do Vietnã. Mas o país estava arrasado, com a maior parte de suas terras agriculturáveis queimada e envenenada (pelo bombardeio de agentes químicos) deliberadamente pelos norte-americanos. Além disso, sob pressão dos Estados Unidos, o mundo ocidental negou-se a prestar socorro aos vietnamitas. Quem os ajudou nesse período de terríveis carências, foram as nações comunistas, especialmente a União Soviética. O socorro soviético estreitou as relações entre os dois países, mas provocou o afastamento da China (rival da URSS).
Milhares de sul-vietnamitas, particularmente militares e funcionários do governo de Nguyen Van Thieu (que se refugiou em Taiwan e, depois, nos Estados Unidos), fugiram do país em barcos, sendo que muitos deles morreram tentando escapar pelo mar. Os que ficaram foram aprisionados, sendo mantidos, por algum tempo, em Campos de Reeducação. Estima-se que cerca de dois milhões de sul-vietnamitas deixaram o país.
Ao ampliar o alcance da guerra para toda a Indochina, bombardeando o Cambodja e o Laos, o presidente Nixon acabou contribuindo, indiretamente, para a vitória das guerrilhas comunistas naqueles países, na medida em que os camponeses (principais vítimas dos bombardeios) passaram a apoiar, maciçamente, os guerrilheiros.
No Laos, o governo monárquico foi derrubado pelo Pathet Laos, instalando-se a República Democrática do Povo do Laos.
Em 15 de maio de 1975, 41 militares estadunidenses foram mortos na tomada do navio mercante SS Mayaguez por tropas do Khmer Vermelho. Dois dias após, Phnom Penh, a capital do Camboja, foi tomada pelo Khmer, que proclamou a fundação do Kampuchea Democrático.
nspirado na Revolução Chinesa e disposto a tornar o país exclusivamente campesino, o líder do Khmer, Pol Pot, fez deportar as populações urbanas para as áreas rurais, submetendo-as a trabalhos forçados nos arrozais, a torturas e a fuzilamentos sumários. Segundo a Anistia Internacional, algo em torno de 1,4 milhão de cambodjanos foram mortos, incluindo 15 a 20 mil professores e 90% dos monges budistas. Esse banho de sangue só foi estancado em 1979, quando tropas da República Socialista do Vietnã invadiram o país, obrigando Pol Pot e muitos de seus seguidores a se refugiarem na fronteira com a Tailândia, onde apenas sobreviveram graças ao apoio da China e à ajuda econômico/militar dos Estados Unidos da América.
Em represália, a China invadiu o Vietnã (pretextando questões de fronteiras), mas enfrentou séria resistência. Diante disso, após tomarem algumas poucas pequenas cidades no interior do país, os chineses proclamaram-se vitoriosos e se retiraram.

Efeitos nos Estados Unidos

Um soldado americano lutando contra os vietnamitas na província de Quang Ngai, em 1967. A natureza violenta dos combates e as condições adversas onde as lutas eram travadas geraram várias sequelas nos veteranos.

No pós-guerra, os norte-americanos se esforçaram para absorver as lições do conflito. Como observou o general Maxwell Taylor, um dos principais arquitetos da guerra, "em primeiro lugar, nós não nos reconhecemos no Vietnã. Pensamos que estávamos entrando em uma nova Guerra da Coreia, mas este era um país diferente. Em segundo lugar, nós não conhecíamos nossos aliados sul-vietnamitas e conhecíamos ainda menos o Vietnã do Norte. Quem era Ho Chi Minh? Ninguém realmente sabia. Sendo assim, até que pudéssemos conhecer melhor nossos amigos e inimigos, e conhecer melhor a nós mesmos, nós deveríamos ter nos mantido fora deste negócio sujo. Era muito perigoso."

Nas décadas passadas desde o conflito, as discussões acontecem sobre se a retirada norte-americana foi uma derrota política ao invés de uma derrota militar. Alguns estudiosos sugerem que "a responsabilidade pelo fracasso desta política, cai nos ombros não dos homens que a lutaram, mas nos daqueles do Congresso dos Estados Unidos." A história oficial da guerra, nos anais do Exército dos Estados Unidos, afirma que "as táticas da guerra frequentemente pareciam existir à parte das estratégias e dos objetivos maiores. No Vietnã, o exército experimentou uma vitória tática e uma estratégia fracassada. A lição a ser aprendida é que os fatores sociais, culturais, políticos, humanos e históricos devem sempre se sobrepor sobre o fato militar. O sucesso não recai apenas num progresso militar, mas numa análise correta da natureza de um conflito em particular, entendendo a estratégia inimiga e reconhecendo as forças e deficiências dos aliados. Uma nova humildade e uma nova sofisticação de métodos, devem formar a melhor parte de uma herança complexa deixada para o exército americano pela longa e amarga guerra no Vietnã." Mesmo o Secretário de Defesa McNamara concluiu que "o objetivo de uma vitória militar dos Estados Unidos no Vietnã foi uma perigosa ilusão".

Quase três milhões de norte-americanos serviram no Vietnã. Entre 1965 e 1973, os Estados Unidos gastaram 123 bilhões de dólares com a guerra e a ajuda econômica ao Vietnã do Sul, o que resultou num grande déficit no orçamento federal do país. A guerra demonstrou que nenhuma potência, mesmo sendo uma superpotência, era capaz de dispor de força e recursos ilimitados. Mas talvez mais significativamente, a guerra do Vietnã demonstrou que a vontade política, talvez mais que o poder material, é o fator decisivo no resultado de um conflito.

Em 1977, o presidente Jimmy Carter instituiu o perdão a cerca de 10 mil desertores do serviço militar exilados, permitindo-lhes a volta para casa.

Efeitos na China

O Envolvimento da República Popular da China no Vietnã começou em 1949, quando os comunistas de Mao Zedong tomaram o poder no país. O Partido Comunista Chinês logo providenciou apoio material e técnico aos comunistas vietnamitas. Em 1962, Mao concordou em enviar a Hanói 90 mil rifles e armas menores, sem custo. Após o começo das operações aéreas de bombardeio do norte do Vietnã, a China enviou unidades antiaéreas e batalhões de engenheiros militares ao país, para ajudar a reparar estradas, pontes e ferrovias destruídas pelos norte-americanos, o que liberou grandes contingentes de soldados norte-vietnamitas para o combate no sul. Entre 1965 e 1970, mais de 320 mil chineses serviram no norte do Vietnã.

Apesar da assistência chinesa, os vietnamitas sempre mantiveram uma atitude de desconfiança de seus grandes vizinhos, pela histórica antipatia mútua entre as duas nações. Com a China se tornando após a guerra na principal força de apoio ao Khmer Vermelho cambojano, a relação entre os dois países deteriorou-se a ponto dos chineses lançarem uma invasão ao Vietnã em 1979, após a entrada destes no Camboja um ano antes, invasão esta considerada um fracasso militar por suas parcas conquistas. As duas nações continuaram com escaramuças militares durante os anos 1980, com a China capturando algumas ilhas vietnamitas na zona de fronteira.

A reação contra a guerra e a contra-cultura

Manifestantes anti-guerra em frente ao Pentágono

Enquanto o morticínio vitimou, massivamente, os "piolhos humanos"[9] asiáticos, a opinião pública norte-americana apoiou a luta "em defesa da liberdade e da democracia". Mas quando uma quantidade cada vez maior de jovens americanos passou a retornar dentro de sacos fúnebres, a guerra foi se tornando antipática e os protestos cresceram. Ao lado disso, a divulgação de atrocidades praticadas pelos soldados americanos no Vietnã - bombardeios indiscriminados, uso de napalm e outros agentes químicos proscritos pela Convenção de Genebra, instituição de Campos de Concentração (eufemisticamente chamados de "aldeias estratégicas") e massacre de civís, sobretudo camponeses (dentre os quais o de Mi Lay tornou-se emblemático)[10] . - fez com que surgisse uma crescente rejeição à guerra, inserida no contexto maior do grande movimento da contracultura, que revolucionou a década de 1960, na maior parte do mundo ocidental.

Uma das vertentes da contracultura foi o movimento hippie, iniciado num distrito de São Francisco, na Califórnia - o Haight-Ashbury -, com "as crianças das flores" (flower children), quando gente jovem lançou o movimento "Paz e Amor" (Peace and Love), rejeitando o projeto da Grande Sociedade do presidente Lyndon Johnson. Data desse tempo a afirmação do feminismo e o surgimento dos Panteras Negras (The Black Panthers) que, abandonando a não-violência pregada por Martin Luther King Jr (assassinado em 1968), propunha o confronto aberto com a cultura racista do país.

O repúdio à guerra foi também um dos estopins da revolta que explodiu nas Cidades Universitárias, particularmente em Berkeley e na Universidade de Kent, onde vários jovens morreram num conflito com a Guarda Nacional. Passeatas e manifestações espalharam-se por todo o país, irradiando-se para outros continentes.

Equipamentos

A arma mais simbólica desta guerra, o helicóptero Huey, teve um papel decisivo na remoção de combatentes feridos, desembarque de tropas na selva e fornecimento de suprimentos e munição às tropas em terra, sendo durante o decorrer da guerra modernizado em sua capacidade de combate, com foguetes e metralhadoras para apoio aos combates terrestres.

Alguns equipamentos e armamentos são considerados símbolos da Guerra do Vietnã. Abaixo uma relação das principais aeronaves, tanques e equipamentos militares imortalizados pelo conflito:

Ao contrário dos Franceses, os Nortes Americanos utilizavam helicópteros com muita frequência em suas missões

Aeronaves

UH-1B/C/D/H Huey (Iroquois),
AH-1 Cobra,
F-4Phantom II,
A-4B/C/E/F Skyhawk,
A-7A/D Corsair II,
A-6A/E Intruder,
F-105A/D/F Thunderchief,
F-111A Aardwark,
B-52A Stratofortress,
O-1 Bird Dog,
O-2 Skymaster,
OV-10 Bronco,
F-100A/D/F Super Sabre,
C-130 Hercules,
MiG-17 Fresco,
MiG-21 Fishbed.

Veículos

Tanques M133 e M 48 em posição defensiva
M113,
M48A3 Patton,
M551 Sheridan,
M88A1 Hercules,
M35,
M54,
M151 Mutt,
M606,
M577,
M107,
M108 - 105mm,
M109 - 155mm,
M110.
M-49

Armamento

Marines em Hue
Soldado do Vietnã do Norte
Fuzil M-14
Fuzil M-16A1
Ar.15
Metralhadora M-60
AK-47
Pistola M-1911
Capacete de aço M1
Fuzil M40A1
Metralhadora M3A1
Metralhadora PPSH-41
Fuzil Mosin-Nagant
Fuzil Dragunov
Metralhadora leve RPK
Metralhadora Swedish K
Fuzil Tipo .56
Lança granada 40mm M79
Lança foguete law 66mm
Metralhadora Thompson A1
Lança foguete RPG-7
Lança foguete RPG-7v
Carga C4
MP-40
Mina claymore
Metralhadora de apoio leve PKM
Metralhadora Degtyarov RPD
Pistola Makarov
Pistola Tokarev
Fuzil SKS
Metralhadora Dshk 12,7mm
Granadas de palo, Mk26, Mk94,fumaça e de fosfóro branco
Fuzil Car-15
Escopeta Calibre 12mm
Faca KA-BAR
Morteiro 40mm
Metralhadora Mat-49
revolver S&W .50
Lança granada M203
Bomba de napalm

Vítimas

O total de vítimas da Guerra do Vietnã entre os anos de 1964 até 1975 é impreciso, oscilando entre 1 milhão e meio a dois milhões de vietnamitas mortos, entre civis e militares. Parte considerável da população economicamente ativa do país morreu durante o conflito. Este fato provocou uma grave crise econômica nos anos seguintes ao término do conflito.

Morreram aproximadamente 58 000 soldados estado-unidenses até a retirada dos Estados Unidos do conflito em 1973.

Embargo comercial

Quando os vietnamitas começaram a construir o socialismo no país unificado, primeiramente eles optaram pelo velho modelo soviético que, por não levar em conta as peculiaridades e as realidades nacionais, fracassou. O país então entrou em uma crise econômica que agravou ainda mais sua situação social. Em 1987 o Vietnã enfrentava uma inflação de quase 700% ao ano, uma grande carência no abastecimento de mercadorias e artigos de primeira necessidade como o arroz, por exemplo, estavam sendo importados. Além disso, o país só mantinha relações comerciais e diplomáticas com países socialistas, pois sofria o embargo de países capitalistas, sob imposição dos EUA.

Forças envolvidas

Estados Unidos: 2 300 000 homens serviram no Vietnã de 1961 a 1974, com 58 203 mortos e 303 635 feridos.
Coreia do Sul: 4 960 mortos e 10 962 feridos
Nova Zelândia: 37 mortos, Tailandia: 351 mortos, Filipinas: 7 mortos
Austrália: 520 mortos e 2 940 feridos
Vietnã do Sul: 1 048 000 homens (Exército regular e Forças Populares), com 184 000 mortos.
Vietnã do Norte e Vietcong: cerca de 1 100 000 homens, com 900 000 mortos no total.

Armas químicas

Um helicóptero Bell UH-1D pulverizando vegetação com o agente laranja

Apesar de proscritas pelas Convenções de Genebra[11] , armas químicas foram fartamente usadas pelos EUA, durante a Guerra do Vietnã. A mais conhecida delas foi o napalm, uma mistura de gasolina com uma resina espessa da palmeira que lhe deu o nome e que, em combustão, gera temperaturas a 1.000 °C. Se adere à pele, queima músculos e funde os ossos, além de libertar monóxido de carbono, fazendo vítimas por asfixia.

Além do napalm, o exército norte-americano despejou sobre o Vietnã, desde 1961 (com a aprovação do presidente John Kennedy) até 1971, cerca de 80 milhões de litros de herbicidas. Entre eles, o mais utilizado, devido à sua terrível eficácia, foi o agente laranja, que é uma combinação de dois herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T, sendo que a síntese deste último gera um subproduto cancerígeno, a Dioxina tetraclorodibenzodioxina, considerada uma das substâncias mais perigosas do mundo[12] .

O impacto ecológico do uso dessas armas químicas foi catastrófico para a cobertura vegetal e para a população que habitava a região.[13] [14] [15] [16]

Mais de 40 anos depois da guerra, a dioxina produzida pelo agente laranja continuava biologicamente ativa. E, atualmente, as concentrações encontradas em várias regiões do Vietnã superam em 400 vezes o limiar de toxicidade, conforme evidenciado pela Canada Hatfield Consultants.

A dioxina foi culpada pela alta incidência de doenças de pele, malformações genéticas, câncer, incapacidades mentais e outros problemas que afetam a população vietnamita (e ex-militares dos EUA). Milhares de crianças nasceram com problemas de pais que não foram expostos ao herbicida durante a guerra, mas que comeram alimentos contaminados por ele. Como de praxe, a maioria das vítimas pertence às famílias mais pobres[17] .

Em 2005, a Associação Vietnamita do Agente Laranja moveu uma ação judicial contra as companhias químicas norte-americanas produtoras do Agente Laranja. Mas o juiz federal, Jack Weisntein, não acolheu a queixa, alegando que não havia, nos autos do processo, "nada que comprovasse que o Agente Laranja tenha causado as doenças a ele atribuídas, principalmente pela ausência de uma pesquisa em larga escala".

Curiosamente, em 1984, uma ação judicial movida por veteranos de guerra norte-americanos contra as mesmas companhias, pelos mesmo motivos, resultou em um acordo de 93 milhões de dólares em indenizações aos soldados.

Memoriais

Inaugurado em 1982, o Monumento aos Veteranos do Vietname é uma obra edificada em Washington-DC, durante o governo de Ronald Reagan. Em um muro de mármore negro estão gravados os nomes de todos os mais de 50 mil soldados estadunidenses mortos na guerra, para que sejam lembrados pela posteridade.

Os nomes dos cerca de quatro milhões de vietnamitas, civis e militares (em sua maioria camponeses), mortos no conflito, permanecem no anonimato.

Fonte: Wikipedia

Vídeo documentário

A Guerra do Vietnã | HISTORY FILES | HISTORY
Fonte:Canal History Brasil

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